Livro: Quatro Letras
Autor (a): Flavia Camargo
Editora: Bookstar / Gênero: Biografia
Páginas: 173 / Ano: 2016
Acho que uma das maiores dores que nós mães podemos viver é quando algo de muito ruim acontece com nossos filhos. E não importa o tamanho que eles tenham, essa necessidade de estarmos sempre a viver por eles não passa.
Flávia viveu a maior dor de todas, dor compartilhada por várias outras mamães também. Flávia perdeu Igor ainda recém nascido. E essa dor poderia ter ficado somente para ela, mas ela sentiu a necessidade de colocar tudo em palavras e contar sua história e de como Igor em sua curta vida salvou a vida dela própria.
Contando sua trajetória como mãe de Igor, Flávia intercala cartas que escreveu ao pequeno com passagens de sua vida, de uma maneira bastante comovente. Vi meus olhos marejados diversas vezes durante a leitura da sua história e sendo mãe, me coloquei diversas vezes em seu lugar.
Às vezes situações das mais dolorosas acontecem para as pessoas mais aleatórias. Não existe uma régua, um motivo, um porque. Elas simplesmente acontecem. Fica pra quem vive esses momentos difíceis lidar de maneira dolorosa ou de maneira transformadora.
Flávia apesar de ter sofrido muito, com seu livro buscou honrar a breve vida de Igor, deixando sua história marcada para sempre nas linhas e em seu coração. Porque filho é filho desde sempre. Desde a concepção. Não se deve minimizar a dor de uma mãe.
O livro da Flávia me tocou de diversas formas. É um ótimo livro para quem passou pelo mesmo processo que ela. Te faz enxergar além da dor. Te faz perceber que o que aconteceu talvez foi por algum propósito maior. E que seguir enfrente é mostrar para aquele filho que fez parte por pouco tempo de sua vida que ele fez a diferença. Que ele será lembrado. Que ele foi importante. Mais do que um livro de superação, é um livro que te faz refletir sobre as oportunidades que temos em nossas vidas. E que mesmo que sejam um tanto dolorosas, fazem parte do que somos, das histórias que tecem nossa colcha. Recomendo muito essa leitura. E Flávia, se sinta abraçada por mim e por todas as mães.