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Livro: Para Sempre Alice / Autor: Lisa Genova
Editora: Nova Fronteira / Gênero: Drama
Páginas: 288 / Ano: 2015
Skoob

      Sabe aquele livro que é sutil, mas te emociona? Para Sempre Alice foi assim para mim. Apesar de tratar de um tema bastante pesado - a doença de Mal de Alzheimer e sua evolução, terminei a leitura sentindo paz. Dessa vez a experiência foi em e-book, gosto bastante deste formato também, e baixei no site da Amazon

     Sobre o livro, a autora nos presenteia com a história de Alice. Uma professora titular em Harvard, jovem, que acabou de completar 50 anos e que ainda tem muita vida pela frente. Alice é casada, tem três filhos lindos e crescidos, faz palestras e participa de simpósios pelo mundo todo. Alice ama o que faz e principalmente - não se vê fazendo outra coisa na vida - lecionar Psicologia é sua vida, e seu escritório em Harvard seu porto seguro. 

     Certo dia Alice fica alarmada. Tem um lapso de memória em uma de suas corridas no parque de Harvard e mesmo estando quase na esquina de sua casa não se recorda como voltar. Alice entra em pânico e começa a se questionar e a recordar de outros momentos durante o último ano em que a memória falhara. E percebe que foram muitas as vezes e que estão acontecendo com mais frequência. 

Recordava-se de um dia, aos seis ou sete anos, em que havia chorado no quintal pelo destino dessas criaturas, ao saber que elas só vivem durante alguns dias. A mãe a havia consulado, dizendo que não ficasse triste pelas borboletas, porque o simples fato de a vida delas ser curta não significava que fosse trágica. Vendo-as voarem ao sol quente em meio às margaridas do jardim, a mãe lhe dissera: "Está vendo? Elas têm uma vida linda". Alice gostava de se lembrar disso. 

    Alice procura por ajuda médica - procura até três opiniões. Mas fica chocada quando o último neurologista a diagnostica com Mal de Alzheimer de instalação precoce. Mas como? - Alice só tem 50 anos. A maioria das pessoas apresenta esse tipo de diagnóstico após os 65 anos. E como no seu caso é genético, não teve chances de saber se sua mãe também tinha o problema já que morreu cedo em um acidente de carro com sua irmã mais velha e seu pai era um alcoólatra incorrigível - era difícil saber quando estava são ou não. Ser diagnosticada com essa doença foi um choque - Alice colocou a culpa na falta de memória em tudo o que achava ser possível - estava descasando pouco talvez? estava irritada ou melancólica demais? sua menopausa estava próxima? seriam alternativas bem cabíveis para sua falta de memória, mas Mal de Alzheimer? Difícil de digerir. 


      Alice então trava uma batalha interna: aceitar ou não a condição? E a aceitação é a pior parte. A gente acompanha a angústia da personagem, pesquisando sobre o assunto, fazendo suposições, planejando suicídio - ver sua vida minguar e ser tirada de você aos poucos leva qualquer um a loucura! Mas depois de um período de dúvida e das lembranças falhando com mais frequência, Alice precisa pedir ajuda e quem comunica primeiro é John. Seu marido é um cientista e pesquisador em Harvard também e faz de tudo para ajudar a saber qual o melhor tipo de tratamento para a esposa. Mas a medida que o tempo passa e John assiste sua própria esposa não saber se está vestindo um sutiã ou uma calcinha, conviver com a doença começa a pesar em seus ombros. Contar para os filhos o destino da mãe também não foi tarefa fácil - e carregar o peso de ter passado o problema para algum deles também angústia Alice, já que ao fazer exames comprovou-se que a doença é mesmo genética e foi transmitida a Alice provavelmente por um de seus pais.

Eu era curiosa, independente e confiante. Sinto falta de ter certeza das coisas. Não se tem sossego ficando insegura com tudo o tempo todo. Sinto falta de fazer tudo com facilidade. Sinto falta de fazer parte do que acontece. Sinto falta de me sentir desejada. Tenho saudade da minha vida e da minha família. Eu adorava minha vida e minha família. 

     E conforme os lapsos de memória de Alice pioram, assistimos uma pessoa perfeitamente saudável de uma hora para outra não conseguir montar em sua cabeça direito uma comunicação efetiva com outra ao telefone. Uma pessoa repetindo as mesmas frases vez após outra sem sem lembrar de absolutamente nada do que foi dito anteriormente. Uma mulher que dedicou sua vida ao estudo e a pesquisa não conseguir ler um texto inteiro, não conseguir ler um livro por não lembrar o que acontece na página anterior. A tristeza dos filhos a não serem reconhecidos, a tristeza do marido por ter pedido uma companheira de vida. 
     Confesso que meus olhos enxeram-se de lágrimas em vários trechos. E conhecer essa doença tão de perto mexeu muito comigo. Eu nunca convivi com alguém que tenha sofrido do Mal de Alzheimer e pude constatar como essa doença é mesquinha - ela te tira tudo o que você é. Ela te deixa sem lembranças recentes. Ela te faz esquecer o ontem de uma forma rápida e fria. Você se sente sozinha - todos a sua volta são completos estranhos. 

Temo com frequência o amanhã. E se eu acordar e não souber quem é o meu marido? E se não souber onde estou nem me reconhecer no espelho? Quando deixarei de ser eu mesma? Será que a parte do meu cérebro que responde por minha personalidade é vulnerável a esta doença? Ou será que minha identidade é algo que transcende neurônios, proteínas e moléculas de DNA defeituosas? Estarão minha alma e meu espírito imunes à devastação da doença de Alzheimer? Acredito que sim". 
      


     Recomendo muito a leitura, para quem gosta de dramas, para quem quiser se informar  e saber mais da doença. Uma leitura que foi rica em vários sentidos. 
Como o livro virou filme (e a atriz principal , Julianne Moore, ganhou um Oscar pelo seu papel na história), trago para vocês o trailer, para ficarem, assim como eu, também com muita vontade de assistir ao filme:



Sinopse:
Aos 50 anos, Alice começa a esquecer. No início, coisas sem importância, como o lugar em que deixou o celular, até que, um dia, ela se perde a caminho de casa. Um diagnóstico inesperado altera para sempre sua vida e sua maneira de se relacionar com a própria família e o mundo. E, quando não há mais certezas possíveis, só o amor sabe o que é verdade.



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2 Comentários

  1. Oi Michelle,

    Quando eu vi o filme, ainda não sabia que tinha livro. Provavelmente, se soubesse antes teria lido e depois visto. Falando pelo filme, achei muito tocante e com cenas assustadores, que me fizeram sofrer com o quão difícil é essa doença. O livro tá nos meus desejados, vamos ver se consigo e leio.

    Bjs, @dnisin
    www.sejacult.com.br

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    Respostas
    1. Oi Denise, o livro é muito bom viu... gostei bastante! Agora quero ver o filme e conferir a história de um outro jeito!
      Abraços!

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