Últimos posts


Livro: Poesia Completa / Autor: Manoel de Barros
Editora: Leya / Gênero: Poesia
Páginas: 496 / Ano: 2010
Skoob



Boa tarde pessoal!
Terminei de ler este livro do Manoel de Barros com suas poesias completas. Eu amo poesia e sempre que posso intercalo com outros livros, para deixar o dia mais leve. Ou quando estou lendo um livro muito denso e quero dar uma quebrada... pego o livro de poesia e leio alguns poemas. 

Este livro do Manoel de Barros reuni sua obra completa. Gosto de seus poemas - aqueles que remetem a uma vida sossegada, tipo casa no campo. Porém outros poemas dele são bem loucos, bem estranhos, destes gosto menos. Ele tem um jeito muito pessoal de escrever, muito dele. 

Tirei uma foto da entrada do livro, porque achei tão linda! para poder compartilhar com vocês. Porque poesia é difícil resenhar. Cada um tem um jeito de interpretar, de achar, poesia é coisa de alma, não de razão. 

Posso dizer que o livro é lindo, capa dura, folhas amareladas, tem uma gravura logo de início que dá charme à obra. É aquele tipo de livro que você gosta de ter em uma prateleira, muito bonita a edição. 






Retrato do artista quando coisa

A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito.
Não aguento ser apenas
um sujeito que abre
portas, que puxa
válvulas, que olha o
relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai. Mas eu
preciso ser Outros.
Eu penso
renovar o homem
usando borboletas.





Tratado geral das grandezas do ínfimo

A poesia está guardada nas palavras — é tudo que eu sei.
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade.
Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado.
Sou fraco para elogios.




Os deslimites da palavra

Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu
destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas



Compartilhe com os amigos

Comente pelo Facebook!

2 Comentários

  1. Oie Michelle!! Menina, que livro lindo! Estou encantada. Sou como você, também uso a poesia pra dar uma quebrada na rotina de leitura e isso funciona incrivelmente bem. Amei suas fotos, passaram perfeitamente a qualidade do livro para nós. Parabéns!

    Um beijo! :*
    Débora
    http://amorlivronico.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Olá, tudo bem? Que amor esse livro! Adoro ler e escrever poesias, então acho que iria curtir bastante o livro. Vou adicionar na listinha de desejados!

    Beijos,
    Duas Livreiras

    ResponderExcluir

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *