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Livro: Se você me chamar eu largo tudo... mas por favor me chame
 Autor (a): Albert Espinosa
Editora: Verus / Gênero: Literatura Estrangeira
Páginas: 154 / Ano: 2015
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    Oi gente! tudo bem? Hoje vou trazer a resenha desse livro sensacional do Albert Espinosa, que li em 4 horas! hahah... até fiquei travada, mas não conseguia parar, sério! O livro Se você me chamar eu largo tudo... mas por favor me chame já te pega de jeito com esse título né? Sensacional! Publicado pela editora Verus o interior dele é ótimo - páginas agradáveis para leitura, capítulos curtos que torna tudo mais dinâmico e a narrativa que somente Albert Espinosa pode proporcionar.

     Este é o segundo livro que leio do autor - e já fiquei decepcionada ao saber que ele não publicou muitos outros ainda... tem só mais um dele traduzido para o português. Tipo, eu vou ler tudo o que esse cara publicar! Ele virou um autor favorito, com apenas dois livros que li dele. 


     Esse livro é tipo... UAU! por onde eu começo? As primeiras linhas já te dão uma prévia de que a leitura será SENSACIONAL! É um livro muito inteligente, que você precisa degustar e ler muitoo nas entrelinhas, porque o autor é bem esperto e gosta de fazer você meditar nas frases. Cria metáforas a todo instante. E acredito que o livro terá sua interpretação muito particular para cada pessoa que o lê. 


Começou a rir. Não sei por quê... Mas sua potente risada se converteu em uma tosse profunda poucos segundos depois. Odeio quando as risadas mudam para tosse ou lágrimas. Quando o som emocional de nosso corpo se modifica sem nosso controle. 

     Temos um protagonista: Dani. Dani está passando por dificuldades em seu casamento. Sua esposa resolve o deixar. E dessa vez parece que é pra valer. Porque houveram muitas outras brigas já... mas essa, foi definitiva. Dani vai precisar mudar totalmente de atitude para trazê-la de volta. Mas no momento não consegue pensar nisso. Está bloqueado. Então resolve aceitar de pronto um serviço de investigação - Dani procura por crianças desaparecidas e um pai desesperado liga querendo sua ajuda, antes de acionar a polícia, já que o sequestrador deixou uma carta dizendo que mataria a criança caso o pai o fizesse. Mesmo a criança tendo apenas 10 anos, Dani aceita o serviço (geralmente não gosta de se envolver na procura de crianças muito novas porque a carga sentimental é muito grande).

     Dani então parte para a ilha de Capri, cidade que por coincidência lhe traz boas recordações. Cidade que certa vez foi responsável por lhe promover encontros consigo mesmo quando estava perdido.

     E é durante esta viajem que Dani começa a se lembrar de aspectos de sua infância e de duas pessoas que foram extremamente importantes durante sua trajetória e que estavam perdidas, lá no fundo de sua memória. Uma delas, o sr. Martín, um senhor que conheceu no hospital. Dani iria fazer uma cirurgia de retirada de amídalas e o sr. Martín uma retirada de meio pulmão. Também se lembrou do senhor George, um estranho que conheceu no barco a caminho de Capri quando fugiu de casa, que lhe ensinou revelar fotografias, a bater em um saco de pancadas quando nada mais resolver e lhe ensinou sobre pessoas que são pérolas e diamantes na vida da gente. 


O melhor das lembranças é que se pode voltar a elas quando se quer; ninguém pode roubar isso de você nem impedi-lo [...] e se a lembrança é diferente, acabamos sendo também, porque em nós estão suas raízes, e, se as raízes mudam, o tronco também mudará. 

     Contando assim parece tão raso. Mas não gente, esse livro é extremamente profundo. Ele me trouxe mil reflexões e as reflexões mais malucas possíveis! No livro, Dani revela que é um anão, e nos faz pensar nessa revelação que se trata de seu tamanho. Mas durante sua narrativa percebemos que seus sentimentos é que são pequenos, que seus medos dominam sua vida, que o não tentar determinada coisa (não vou contar para não dar spoiler) o fez perder uma esposa. Medos, medos, medos. E que muitas vezes precisamos recorrer a sentimentos da infância para entender o que deu errado, ou para entender o que fazer com o conhecimento que adquirimos durante a vida e como poucos minutos com uma determinada pessoa pode mudar o sentido de nossos dias de uma forma extremamente inesperada. 

     A história de Dani e do homem que o contrata para achar seu filho se entrelaçam e me fez pensar muito nessa relação também. Momentos que fala de seu irmão e de como ele fez coisas horríveis nos faz pensar que talvez Dani tenha sofrido abusos do mesmo, já que essa história fica suspensa. Ou que talvez ele tenha inventado esses abusos para fugir da realidade doída... bom, muitos devaneios que vieram na minha cabeça depois da leitura... Se eu começar a contar sobre o que eu refleti vou dar muito spoiler, mas sério, esse é o tipo de livro que precisa ser discutido, então leia e também dê para alguém próximo ler, para que possa surgir muitas idéias, muitas teorias. Já entreguei para minha mãe - passei o bastão. Não vejo a hora de poder discutir com ela essa leitura. Simplesmente amei conhecer mais um livro de Espinosa. Espero ainda que venham vários!


Lembro como se fosse hoje quando ela me disse: "Você não quer poder ser feliz em todos os aspectos da sua vida...? Não ter que aceitar nada que não goste...? Sentir que a vida é controlada por você mesmo, em vez de ir na rabeira dela, ali no vagão 23...?". Não respondi. Apenas suspirei, o montão de ar que me saía pelo nariz fazendo barulho, e apareceu dente quebrado detrás de um sorriso esperançoso. E não disse nada, porque, quando você passa anos aceitando que sua vida é o que acontece com você e não o que você cria... lamentavelmente acaba se acostumando.


Sinopse:
Um homem revive seus dias de menino em busca de si mesmo. Uma história terna e emocionante de perdas, ganhos e aprendizados.
Dani se dedica a procurar crianças desaparecidas. No mesmo instante em que sua mulher faz as malas para ir embora de casa, ele recebe o telefonema de um pai desesperado lhe pedindo ajuda para encontrar seu filho. O caso o levará a Capri, onde virão à tona lembranças de sua infância e das duas pessoas que mais o marcaram: o afetuoso sr. Martín e o forte George. O reencontro com o passado levará Dani a profundas reflexões sobre sua vida, a história de amor com sua esposa e as coisas que realmente importam.
Se você me chamar eu largo tudo... mas por favor me chame é um livro forte e ao mesmo tempo delicado, que vai permanecer com o leitor muito depois que ele virar a última página. 

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