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Livro: Formas de voltar para casa
 Autor (a): Alejandro Zambra
Editora: Cosac Naify / Gênero: Romance 
Páginas: 160 / Ano: 2014
Skoob


     Olá pessoa que acompanha o blog! Hoje a resenha é do livro Formas de voltar para casa, de Alejandro Zambra, publicado pela editora Cosac Naify. Essa é a minha segunda experiência com o autor e estou muito feliz de ter gostado tantoo deste livro! Gostei bem mais do que o primeiro livro que li dele: A vida privada das árvores.


     Neste livro, vamos acompanhar a história de um garoto que cresce durante o período ditatorial de Pinochet no Chile, na cidade de Mapuí. O nome do garoto pouco importa, mas a narrativa sugere quase uma auto-biografia. Todos os outros personagens do livro têm seus nomes muito bem designados. Mas nosso autor e personagem principal passa despercebido. Ele cresce e se torna autor, ou pelo menos tenta. E revela que seu livro vai contar a história de seus pais, vai contar a história de sua ex esposa. É da aprovação desta história que nosso autor necessita. 


     O livro vai e volta, na história vivida e na história escrita por nosso personagem principal. Com reflexões suaves do período da ditadura, acompanhamos histórias de famílias que se escondem e ajudam os que estão à margem, e de famílias que escolhem não se envolver, que acreditam que tudo o que acontece é normal e que uma hora vai passar. 

     Falando assim parece um pouco confuso: duas histórias em uma. Mas Zambra consegue delinear muito bem as duas histórias e as casa perfeitamente. Vemos muitas vezes nosso personagem principal frustrado com os pais que tem, pouco assíduos da política, pouco informados. Quando depois do terremoto que acontece em 1985 conhece uma garota chamada Cláudia que tem uma vida cheia de segredos, percebe que não consegue ficar calado mais, que precisa saber. E ser espião a mando de Cláudia parece ser uma forma de tentar entender um pouco mais sobre o que está acontecendo a sua volta.


A morte era então invisível para os meninos como eu, que saíamos, que corríamos sem medo por aquelas travessas de fantasia, a salvo da história. A noite do terremoto foi a primeira vez que pensei que tudo poderia vir abaixo. Agora creio que é bom saber disso. Que é necessário lembrar a cada instante. 

     Formas de voltar para a casa trás a busca de um garoto que cresceu por respostas. Trás a perseguição constante pelo que ficou com entonação de "buraco" na vida. Parece que o personagem principal busca incessantemente se encontrar, tenta achar significados para sua infância, para a política em geral, para os sentimentos da família e dos que estavam ao redor. Em alguns momentos essa busca por sua "casa" é preenchida, mas em outros parece que nosso pequeno garoto que cresceu em meio à ditadura permanece perdido. Um livro leve e significativo, suave mas ao mesmo tempo reflexivo, que nos remete ao que vivemos aqui no Brasil também: uma política opressiva e pouco transparente, capaz de fazer com que pessoas se sintam perdidas de propósito, que esqueçam o caminho, o caminho de volta pra casa. 


Sinopse:
Terceiro romance de Alejandro Zambra no Brasil, Formas de voltar para casa narra as memórias – ouvidas e vivenciadas – de um homem cuja infância se passou durante a ditadura de Augusto Pinochet, no Chile. A narrativa se desdobra em dois momentos: o passado – começo dos anos 80 –, que o protagonista tenta recuperar para, então, finalizar um livro que ele está escrevendo no presente. Na busca por entender acontecimentos nebulosos, ele percorre um melancólico e dolorido caminho de volta na tentativa de escrever a própria história. 
Depois de Bonsai e A vida privada das árvores (2011 e 2012, respectivamente, em edições da Cosac Naify), Formas de voltar para casa consolida Zambra (1975) como um dos melhores escritores de sua geração na América Latina. Nas palavras de Ricardo Piglia: “Zambra é um escritor notável, muito perceptivo diante da diversidade das formas”. 

Formas de voltar para casa recebeu o Prêmio Altazor e o Prêmio do Conselho Nacional do Livro como melhor romance de 2012 em seu país. 

Complexo e sofisticado, este romance coloca Zambra ao lado de outros escritores latino-americanos que tocam num dos mais difíceis temas históricos do continente. The Observer

Zambra cria uma intensidade narrativa em termos político, sentimental, intelectual e geracional, misturada a uma realidade que nos desafia e surpreende. (La Vanguardia)

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