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Livro: A festa é minha e eu choro se eu quiser
 Autor (a): Maria Clara Drummond
Editora: Guarda-Chuva / Gênero: Romance / YA
Páginas: 84 / Ano: 2013
Skoob



      Olá galera linda, tudo belezinha? A resenha que trago hoje é do livro A festa é minha e eu choro se eu quiser, primeira impressão que tenho com a autora Maria Clara Drummond, publicado pela editora Guarda-Chuva. Eu adorooo livros com títulos longos e enigmáticos hahah. Quando li o título desse livro tive a certeza de que leria esse livro. E a capa é muito doida também, te faz tentar refletir sobre o que contém no livro, então, já que vocês puderam ver que estou perdidamente apaixonada pela edição e pelo visual que ela imprime, vamos ao que interessa que é o conteúdo do livro.


     Esse livro tem um toque de "cult" e não é uma história avassaladora, mas com personagens reais e inevitavelmente cheios de sentimentos controversos (nada parecido com nossa vida real, claro). Davi, nosso personagem principal, se acha bacana e "descolado". Mas ao mesmo tempo se sente vazio e "deslocado". Afinal, o caminho que escolheu exige certo desprendimento e algumas relações por conveniência, já que se propôs a ser roteirista. Ele é até bom no que faz, mas parece que as pessoas não estão muito preocupadas com isso. As pessoas estão preocupadas com quem você anda, com o que você oferece e se você está disposto a frequentar lugares que não gosta tanto assim só para se sentir incluído.


     Com reflexões das mais indecisas, Davi se vê em uma corda bamba diariamente. Necessita tomar remédios para ter a sensação de "felicidade" que já não sente nas coisas simples que faz; necessita manter relações com uma garota que não é nem de longe a garota que realmente gostaria que estivesse ao seu lado, mas ela é influente e linda, então tá valendo; tem amigos que não são amigos, mas que também não são inimigos e tá tudo certo, tudo ok. Davi vai nos alertar e mostrar como nossa sociedade vive inevitavelmente de aparências. E em um mundo de artistas onde se deveria levar em conta o principal fator em comum que a arte em si e a qualidade cultural que ela deveria trazer, parece que estas pessoas do meio carecem da mesma cultura da qual pregam. Fica um tanto ilógico você trabalhar com arte e cultura e ser vazio e oco por dentro. Mas é assim que Davi se sente. Todos os dias. Luta com sua consciências e com seus altos e baixos, tendo a convicção de que mais se perde do que se ganha no meio artístico. 


Todo mundo é paparazzi de si mesmo, o tempo todo. Fica tudo meio misturado, Instagram e alma, tudo ali cheio de filtro para não deixar nenhuma tristeza chegar à superfície. Há um bloqueio criado por nós em algum lugar da nossa alma que separa o que somos e o que nós mostramos para o mundo. 

     Gostei muito dessa leitura por trazer reflexões desse tipo, que aguçam nossa crítica ao que estamos vivendo como pessoa e quais são as relações que travamos com as pessoas em nosso dia a dia. Travamos mais relações de interesse ou de sinceridade? Somente damos ao outro se recebermos algo de volta? Só estamos realmente felizes se pudermos ser o que a sociedade exige ou não estamos nem aí para o que os outros pensam de nós? Esse tipo de pensamento vai nos acompanhar constantemente durante a leitura, e vai nos inquirir por dentro, vai nos exigir uma resposta. Por isso gostei, por isso apreciei essa leitura. Será que não estamos sendo todos fraudes de nós mesmos? Será que não estamos burlando nossos sentimentos? Fico me questionando também, assim como Davi - o que estou fazendo da minha vida? E será que depois de um tempo, assim como Davi a gente também não se acostuma a tudo isso e aprende a seguir? Pois é, nadar contra a maré ás vezes é difícil, mas um tanto necessário. 


Sinopse:
“Quanto mais você se aproxima de ser um adulto bem sucedido mais você se afasta da felicidade.” Davi, o narrador do livro de estréia da jornalista carioca Maria Clara Drummond, sabe exatamente o que está atraindo para sua vida quando aceita uma proposta de emprego que se encaixa com suas aspirações e se muda do Rio de Janeiro para São Paulo. À medida que sua carreira deslancha, a angústia e as incertezas aumentam, alojado de maneira incômoda no seu flat minimalista e clean. 

O que torna Davi um narrador tão cativante não é o fato de encarar uma crise existencial em meio a antidepressivos, vernissages e bebedeiras, mas o quanto ele está ciente do processo pelo qual está passando, mesmo sem conseguir controlar muito bem sua necessidade de estar ao mesmo tempo dentro da cena e fora dela, de querer participar do universo cheio de glamour que sua fama recém adquirida lhe proporciona e ao mesmo tempo desprezar todo esse mundo de festas e drogas. 

“Você não vai abrir mão das suas regalias. São as festas, são as meninas, os amigos badalados (...) é receber uma proposta de trabalho em São Paulo por um salário muito melhor, em um cargo muito melhor (...) conhecer mais e mais gente e assim vai crescendo seu status e sua suposta felicidade, que na verdade já deixou de ser felicidade há muito tempo, lá na sua primeira conquista, e agora é só um turbilhão de acontecimentos instagramados que vão se multiplicando, porque você sabe que se parar por um minuto você não volta do seu buraco interno jamais.”

De acordo com Antonio Xerxenesky, responsável por escrever a orelha da obra, “Neste livro – que é, ao mesmo tempo, um romance de geração (com ecos de Bret Easton Ellis e Jay McInerney) e um romance atemporal-, o leitor não tem escolha além de juntar-se ao protagonista, que tateia no escuro em busca de uma saída, mesmo sem garantia alguma de que encontrará uma luz.”


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