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Livro: Nossos dias infinitos
 Autor (a): Claire Fuller
Editora: Morro Branco / Gênero: Drama / Suspense
Páginas: 336 / Ano: 2016
Skoob


     Olá galerinha do bem? Tudo bom com vocês? Hoje a resenha que trago é deste livro de capa linda "Nossos dias infinitos", uma super aposta da editora Morro Branco (uma editora relativamente nova, que entrou no mercado editorial para arrasar, porque, por enquanto, só vi coisa boa sendo lançada por eles) escrito por Claire Fuller

     A edição está impecável, com letras ótimas de serem lidas, capítulos não tão longos que dão dinâmica à leitura, páginas amareladas e ótima diagramação. 


     Apesar da capa sugerir algo mais leve, se prepare para encarar um drama psicológico de alto nível. Posso dizer que esse livro me sugou para dentro da história, e nas últimas páginas eu só queria ler e ler e mais ler, para entender o que se passava dentro de mim, tamanha era minha angústia. 

     Bom, o livro é narrado em primeira pessoa, e nossa narradora é a principal personagem - Peggy. Peggy também é chamada no decorrer do livro por Punzel, diminutivo de Rapunzel, um apelido carinho que seu pai lhe dera. Peggy divide sua narração em dois momentos: 1985 data atual na qual se encontra e 1976, sendo esta última uma data marcante já que foi neste ano que Peggy se separou do mundo para viver uma "ilusão" forjada por seu pai. 


O ritmo de nossos dias me protegia, confortava e acalmava. Entrei nele sem pensar, fazer a vida que tínhamos - em uma cabana isolada em um pedaço de terra, em meio a um mundo que havia sido devastado, como se um pano úmido tivesse apagado tudo num quadro-negro - tornar-se minha normalidade inquestionável. 

     Aqui preciso salientar que a família de Peggy tinha alguns problemas ou melhor dizendo, questões não resolvidas. Apesar de ser uma família funcional e amorosa, o pai, James, soa ter certo desiquilíbrio, já que se intitula um sobrivencialista e faz planos e listas para conseguir sobreviver caso alguém no mundo alerte sobre alguma ameaça. Seu pai traça planos para o caos e isso começa a consumir sua vida toda. Ele tem um amigo que também pensa como ele e que começa a participar de seu convívio familiar. Já a mãe, chamada Ute, é uma famosa pianista, que se preocupa mais com seu piano do que com quem realmente importa em sua vida. Depois de partir para a Alemanha para uma apresentação e uma turnê e deixar Peggy aos cuidados do pai, um telefonema muda os rumos da história. O pai claramente está discutindo com alguém ao telefone e resolve pegar Peggy e partir em viagem. 

De início Peggy é levada a acreditar que estão viajando com o intuito de passarem umas férias longe de casa. A viajem é longa e tortuosa e chegam até a uma cabana no meio do nada, em uma floresta densa. A cabana está caindo aos pedaços, mas seu pai alega que vai ser divertido e que essa cabana vai ser um lar temporário. Peggy está cada vez mais confusa e com saudade de casa e reclama com o pai - ela quer voltar. Depois de uma tempestade forte pela qual passam, e os dois sobrevivem dentro da cabana, o pai de Peggy relata que o mundo foi destruído, que os únicos sobreviventes na face da terra foram ela e ele, e que precisaram morar na cabana para sempre. Aos 8 anos, Peggy acredita no ocorrido, e seus dias são submetidos a tentar sobreviver com recursos naturais. Ela e seu pai tiveram muita sorte, afinal, só os dois sobreviveram a grande catástrofe, ninguém mais. Nem mesmo Ute, sua mãe. Agora não tem mais o porque voltar. Agora teriam que viver o restante de seus dias ali, naquela floresta.

Começa então uma narração minuciosa dos problemas que os dois enfrentam para sobreviver. As mentiras muito bem articuladas do pai para manter a filha nos arredores, a ilusão que os dois passam a viver como verdade. E é aí que o psicológico do leitor começa a ficar pesado de suposições. A narrativa da autora te engole, literalmente, você fica sufocado com a situação dos dois. Você quer enxergar um fim, e sabe que ele existe, já que a história intercala trechos de passado e presente e você já sabe nos primeiros capítulos que a Peggy saiu dessa enrascada. Você quer entender por que o maluco do pai da Peggy fez isso com a vida da garota, tenta entender também por que a Peggy não tentou fugir antes, e fica em dúvida de alguns dos relatos da garota, que soam muitas vezes mentirosos também. Você começa a não saber a distinguir o que foi realmente real ou não, e isso te deixa doido! hahaha! Imagina, eu fiquei com uma vontade tremenda de conversar sobre os assuntos psicológicos abordados com alguém e mandei minha mãe ler rapidinho esse livro. Porque você termina o livro querendo discutir com alguém, para saber se a pessoa pensou o mesmo que você ou se pensou em alguma outra coisa completamente diferente. Não que a autora deixe pontas soltas, muito pelo contrário. Ela amarra de forma sutil e muito bem escrita a história.  


     O final me surpreendeu, mas pelo que fui lendo da história não me deixou tão impressionada, no entanto não deixa de ter sido um murro no estômago. E vem aquela tristeza por ter visto uma criança viver sentimentos tão absurdos e controversos dentro de si. Fiquei angustiada pela vida que Peggy foi submetida por 9 anos, em uma floresta, dentro de uma cabana. A narrativa de Peggy nos mostra que muito do que talvez ela tenha narrado como duvidoso para nossos olhos, tenha tido como objetivo uma forma de fugir da realidade densa pela qual passou. Porque às vezes sua narração tinha sabor de contos de fada, mas a gente imagina que pelo final do livro nada foi tão lindo assim. Um drama psicológico muito bem escrito, que ganhou o meu respeito e que eu recomendo para todos que gostam do gênero - e para os que querem se aventurar a primeira vez em uma narrativa assim, recomendo também, vocês não vão se decepcionar! 


"Datas só nos fazem perceber quão finitos nossos dias são, quão mais perto da morte ficamos a cada dia que passa. De agora em diante, Punzel, vamos viver seguindo o sol e as estações". Ele me pegou no colo e me girou, rindo. "Nossos dias serão infinitos". Com aquela última marca, o tempo parou para nós em 20 de agosto de 1976. 

Há, e pra quem, assim como eu, ficou extremamente curioso (a) com a melodia de uma música que foi mencionada várias vezes durante a narrativa e é uma parte muito explorada na história, segue um vídeo de La Campanella, lindamente tocada pela pianista Valentina Lisitsa. Ouvindo a música, ela realmente casa com o cenário abordado no livro. É forte, impetuosa e misteriosa. Adorei conhecê-la:






Sinopse:
Vencedor do prestigioso Desmond Elliot Prize 2015

Todos os pais mentem. Mas algumas mentiras são maiores do que as outras.

"Datas só nos fazem perceber quão finitos nossos dias são, quão mais perto da morte ficamos a cada dia que passa. De agora em diante, Punzel, vamos viver seguindo o sol e as estações”. Ele me pegou no colo e me girou, rindo. “Nossos dias serão infinitos”. Com aquela última marca, o tempo parou para nós em 20 de agosto de 1976".

Peggy tinha oito anos quando seu pai a levou para viver em uma remota cabana no meio de uma floresta europeia. Lá ele lhe disse que sua mãe e todas as outras pessoas do mundo morreram.

Agora eles precisam viver da terra e sobreviver ao rigoroso inverno. Mas até quando a pequena Peggy vai acreditar na história de seu pai? Até quando você pode ficar são, quando o mundo está perdido? O que acontece quando você para de crer em tudo?

“Extraordinário, eletrizante e brilhantemente imaginado...” – Sunday Times

“Fuller lida com maestria com toda a tensão deste thriller adulto com ares 

de contos de fadas, cheio de pistas, perguntas e intrigas” – The Times.




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4 Comentários

  1. Miiiiiiiiiiii!! Nossa, que final foi esse!! Eu confesso que fiquei surpreendida. Não por aquele personagem adicional (é muito difícil falar e resenhar sem spoiler kkk), mas pela história em si. Teve coisas que eu fui sacando no decorrer da leitura, mas aquele finalzinho foi surpreendente. Até agora é o melhor livro que li esse ano!!!
    Beijo!!!!

    www.literaturaestrangeira2.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. Oi meninas, alguém me chama no whats 012 99161-2590 . Gostaria muito de saber a opinião de vocês do final, eu fiquei sem ter certeza do que pensar. Não quero falar aqui para não dar spoiler, mas se alguém poder conversar sobre o livro comigo ficaria feliz. Fico aguardando, até mais.

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    2. Oi shelley!! Falei contigo no skoob ;)

      Meninas terminei de ler o livro e tbm to doida pra conversar sobre ele! Se quiserem tbm me add no whats a gente podia até fazer um grupo pra comentar esse e outros livros, qq acham? 51 99648-4850 :)

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  2. adorei o livro, reli várias vezes! mas o final me surpreendeu... ;) s2 kk

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