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Livro: Uma vida no escuro
 Autor (a): Anna Lyndsey
Editora: Intrínseca / Gênero: Romance Biográfico
Páginas: 248 / Ano: 2016
Skoob / Amazon / Saraiva

        Noite. Como a resenha de hoje – Uma vida no escuro, de Anna Lyndsey publicado pela editora Intrínseca foi o escolhido da vez. Quando eu comprei esse livro não sabia que se tratava de um tipo de autobiografia da autora, achei que era uma história como qualquer outra e o que me fez comprar o livro foi a capa. Escura e sólida. Uma capa direta que me despertou a curiosidade.


        O livro vai nos contar a história de Anna (um nome fictício escolhido pela autora, já que a mesma não quis expor seu nome verdadeiro nome na narrativa) e de como sua vida de repente ficou limitada por conta de uma doença terrível: sensibilidade à luz.

        De início Anna começou a sentir apenas uma ardência no rosto. Algo leve, quando ficava tempo de mais na frente do computador. Passou por um dermatologista que indicou uma pomada e foi levando a vida naturalmente. Mas passaram-se alguns dias e a ardência começou a persistir e ser mais longa. A pomada não estava fazendo o efeito desejado. Anna resolveu tirar umas férias, para ver se o afastamento do trabalho lhe auxiliava nessa ardência imprecisa e que havia se instalado de repente. Mas ao que parece, sua pele não estava mais reagindo somente à luz do computador, mas à luz do sol também e a lâmpadas flouorescentes.


        Anna começou a usar grandes chapéus para sair na rua e a tampar o rosto com máscaras. Era estranho viver assim, mas mais estranho foi precisar de repente viver enclausurada em um quarto escuro de sua casa, sem luz alguma, pois seu corpo começou a arde sob a iluminação de qualquer luz presente no ambiente. Anna se viu então presa em um mundo de escuridão. Nenhum tipo de luz era mais suportado pelo seu corpo. E o que fazer quando sua doença é tão rara que ninguém consegue auxiliar na cura?


Chorar me traz alívio. Alguma substância química é liberada no cérebro, pelo que ouvi dizer, o que normaliza o humor, mesmo que a situação continue a mesma. Um sábio mecanismo de autocontenção, pelo qual, sem dúvida, devemos agradecer à evolução humana. 

        Apesar da história triste e comovente, o livro foi fantástico na minha opinião. Anna escreve muito bem e seu relato em momento algum soou moroso ou lento para mim. A gente espera enfrentar um livro enfadonho, que fala sob uma doença muito limitadora e me surpreendi com um livro justamente ao contrário. Anna vai nos contar seus subterfúgios para driblar os problemas, vai nos mostrar o quando é poderoso o amor dos que estão ao redor – principalmente do seu companheiro que resolveu ficar mesmo sabendo das dificuldades que os dois enfrentariam e que iriam viver juntos os diversos dilemas do período de adaptação à doença. Anna apesar de detalhista não nos cansa com seu relato e devagar vai construindo um cenário que te convida a viver com ela um pedacinho do drama que é estar enclausurado em um quarto sem luz alguma. 


        Um livro muito tocante, que me fez refletir muito sobre como a minha vida é boa e que devemos aproveitar cada instante enquanto podemos. Nunca sabemos o que a vida nos prepara. Outra lição é a de que por mais que sejamos renegados as mais diversas situações controversas em nossas vidas, sempre há meios de adaptação. Somos seres esperançosos por natureza e insistentes. Para mim Anna foi um ótimo modelo de insistência e perseverança e me mostrou que por mais que talvez pensemos em fugir de determinadas situações, o que nos faz ficar é sempre o amor. Por nós mesmos e pelos que estão ao nosso redor. Um livro que recomendo muito!


[...] as pessoas passam pela casa silenciosa e toda fechada decerto concluindo, se é que chegam a pensar nisso, que está vazia. E o que mora lá dentro? Uma coisa que espreita, se esgueira e lamuria, de vez em quanto indo de cômodo em cômodo, que foge aterrorizada ao notar a porta da frente se abrindo, acolhedora, que corre do alegre tremeluzir das luzes. 

Capas do livro pelo mundo: 


O livro foi ambientado em: Londres, Inglaterra
(um lugar que eu quero muito conhecer também, daí eu fico vendo essas fotos e me dá uma vontade tremenda de ir viajar hahaha! - quando eu vou ser milionária hein, hein? kkk)




Sinopse:
Com uma carreira consolidada e um apartamento recém-comprado em Londres, parecia que a única preocupação de Anna Lyndsey seria a manutenção de seu padrão de vida. No entanto, o que começou como um desconforto diante da tela do computador revelou-se uma grave sensibilidade a qualquer fonte de luz. Em pouco tempo, trabalhar tornou-se inviável, e mesmo atividades corriqueiras passaram a causar dores lancinantes. Conforme os sintomas foram se agravando, ela precisou abrir mão da casa, da independência e de qualquer possibilidade de planos futuros.
Diante do relato de Anna sobre seus dias na escuridão, é impossível para o leitor não se perguntar o que de fato é fundamental. Se quase todas as opções fossem retiradas, das mais corriqueiras às mais preciosas, o que faria a vida continuar valendo a pena? Em uma situação em que as luzes e telas que deveriam significar segurança e comodidade são um perigo iminente, não seria de se admirar que Anna entrasse em depressão ou até mesmo cometesse suicídio.
No entanto, ela nos revela uma existência com mais nuances do que se poderia esperar de alguém mergulhado no mais profundo breu. Entre audiolivros, jogos de palavras e formas inusitadas de banir os raios de luz, Anna descobre meios de afastar os pensamentos deprimentes e perseverar mesmo com a incerteza de sua condição. Com seu contato com o mundo externo restrito à família, ao marido e às raras visitas, ela aprende a valorizar cada segundo de remissão da sua sensibilidade, admirando a natureza, a rotina e até as tarefas domésticas de uma perspectiva completamente nova.

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