Livro: Ninguém nasce herói
Autor (a): Eric Novello
Editora: Seguinte/ Gênero: Distopia / Ficção
Páginas: 384 / Ano: 2017
Skoob / Amazon / Saraiva
No
livro vamos acompanhar a vida de Chuvisco, que vive em um mundo a frente do
nosso tempo. Parece meio distópico o livro, acreditava até que pudesse se
enquadrar nesse gênero, mas a medida que fui evoluindo na leitura, tudo o que
acontece com Chuvisco e seus amigos não está muito longe de acontecer em nossa
realidade.
Chuvisco tem um grupo de amigos que se propõe a levantar bandeiras para poder parar esse individuo que resolveu colocar o pais ainda mais de pernas para o ar. E parece que as pessoas estão tão bitoladas em seu discurso que acham tudo muito correto e não percebem que estão sendo transformados em monstros preconceituosos.
Apesar
dessa pegada mais de abrir os olhos para o que está acontecendo ao nosso redor
que o livro trás, notei que o tema homossexualidade está mais evidente. O autor
quis dar um enfoque especial a essa vertente, acredito que para mostrar que
realmente o mundo precisa de mais entendimento sobre esse assunto, antes de
julgar.
Sinopse:
Num futuro em que o Brasil é liderado por um fundamentalista religioso, o Escolhido, o simples ato de distribuir livros na rua é visto como rebeldia. Esse foi o jeito que Chuvisco encontrou para resistir e tentar mudar a sua realidade, um pouquinho que seja: ele e os amigos entregam exemplares proibidos pelo governo a quem passa pela praça Roosevelt, no centro de São Paulo, sempre atentos para o caso de algum policial aparecer. Outro perigo que precisam enfrentar enquanto tentam viver sua juventude são as milícias urbanas, como a Guarda Branca: seus integrantes perseguem diversas minorias, incentivados pelo governo. É esse grupo que Chuvisco encontra espancando um garoto nos arredores da rua Augusta. A situação obriga o jovem a agir como um verdadeiro super-herói para tentar ajudá-lo — e esse é só o começo. Aos poucos, Chuvisco percebe que terá de fazer mais do que apenas distribuir livros se quiser mudar seu futuro e o do país.
Oi
pessoal, tudo bem com vocês? Hoje a resenha é de livro de autor brasileiro!
Eba! A gente ama! Hahah. Ninguém nasce herói, de Eric Novello publicado pelo
selo da Seguinte, é aquele tipo de livro extremamente provocativo. Um livro que
vai te tirar da zona de conforto e te fazer refletir sobre vários assuntos, mas
principalmente sobre o assunto preconceito.
O
próprio autor relata no livro em uma carta que foi enviada aos parceiros da
editora Companhia das Letras que a vontade de escrever esse livro surgiu no
ápice da crise política que estamos vivendo no país. Essa descrença que assola
nós brasileiros foi o estopim para que o autor pensasse e escrevesse essa
história.
Chuvisco
vive dias de grande medo e coerção depois que um sujeito assumiu o poder do país,
intitulado o Escolhido. Na verdade ele forçou sua candidatura e enganou todo
mundo com um discurso bonzinho só para chegar ao poder e dilacerar com a
minoria. Impondo um mandato baseado na coerção e no medo, criou leis absurdas
onde se é propagado aos quatro ventos a permissão de discriminar negros,
homossexuais, trans, pobres. Nunca se viu uma população tão dividida e falando
abertamente que é preciso acabar com o que é diferente do que foi posto como o
certo. Estas pessoas ditas como diferentes são caçadas e perseguidas por milícias
intituladas “Guarda Branca”. Cada dia que passa o ódio e a perseguição a essas
pessoas aumenta. E Chuvisco só vê um jeito de conter tudo isso: lutando.
Bastaria alguém e força de vontade. Bastaria dizer chega. O problema é que o 'basta' abre as portas para o desconhecido. E, hoje, o desconhecido causa medo.
Chuvisco tem um grupo de amigos que se propõe a levantar bandeiras para poder parar esse individuo que resolveu colocar o pais ainda mais de pernas para o ar. E parece que as pessoas estão tão bitoladas em seu discurso que acham tudo muito correto e não percebem que estão sendo transformados em monstros preconceituosos.
O
que me causou mais espanto nesse enredo é perceber que realmente não estamos
longe de algo assim. A gente luta constantemente para que as classes mais
frágeis da sociedade não sofram preconceitos, mas cada dia que passa parece que
o negócio toma proporções inversas.
Ao
ler o livro percebemos claramente como é difícil ser um renegado da sociedade.
E nos faz refletir: não somos todos? Quando estamos sendo extorquidos pelos
nossos governantes, quando precisamos pagar por escolas e hospitais
particulares sendo que com o imposto que pagamos deveríamos ter tudo isso muito
bem construído e em benefício nosso? Somos assaltados todos os dias e viver em
um pais à margem só faz crescer o ódio e os preconceitos.
- Você precisa reaprender a se divertir, Chuvisco - Letícia fala, notando minha cara de derrota. - Ser feliz também é uma forma de protesto.
O
livro foi muito bem escrito na minha opinião, apesar de ter ficado um pouco
confusa no começo com as Catarses Criativas que o personagem principal tem, o
Chuvisco. Ele tem um problema que o faz misturar realidade com ficção, mas
depois que entendi como funcionavam essas Catarses ficou mais fácil de compreender
a leitura. É um livro que vai te fazer refletir sobre os atos, sobre como somos
enquanto brasileiros e se estamos fazendo algo para mudar nosso país de agora,
para que não nos tornemos extremistas do amanhã. Uma leitura reflexiva e com
algumas lições que vou levar com absoluta certeza. Recomendo a leitura!
A verdade é que ninguém nasce herói. Mas isso não nos impede de salvar o mundo de vez em quanto.
Sinopse:
Num futuro em que o Brasil é liderado por um fundamentalista religioso, o Escolhido, o simples ato de distribuir livros na rua é visto como rebeldia. Esse foi o jeito que Chuvisco encontrou para resistir e tentar mudar a sua realidade, um pouquinho que seja: ele e os amigos entregam exemplares proibidos pelo governo a quem passa pela praça Roosevelt, no centro de São Paulo, sempre atentos para o caso de algum policial aparecer. Outro perigo que precisam enfrentar enquanto tentam viver sua juventude são as milícias urbanas, como a Guarda Branca: seus integrantes perseguem diversas minorias, incentivados pelo governo. É esse grupo que Chuvisco encontra espancando um garoto nos arredores da rua Augusta. A situação obriga o jovem a agir como um verdadeiro super-herói para tentar ajudá-lo — e esse é só o começo. Aos poucos, Chuvisco percebe que terá de fazer mais do que apenas distribuir livros se quiser mudar seu futuro e o do país.