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Livro: Achados e Perdidos
 Autor (a): Brooke Davis
Editora: Record / Gênero: Literatura Estrangeira
Páginas: 252 / Ano: 2016
Skoob / Amazon / Submarino

        Oi galerinha! Tudo legal aí com vocês? Hoje a resenha que trago é de um livro que tem uma capa muito curiosa, verde clara, aquele tom de capa que eu gamo quando vejo na livraria e que me faz ter ainda mais vontade de ler o livro. Li Achados e Perdidos, da Brooke Davis por indicação de uma amiga querida e olha, gostei demais dessa leitura.

        Mas talvez esse não seja um livro que agrade todas as pessoas. Ele é muito doido (sou amarradona nos doidos hahaha) e ele traz uma história muito, muito comovente, que me fez ficar com o coração apertado da primeira à última página. Eu não tenho palavras para descrever de como eu gostei, como esse livro se encaixou com o que eu gosto de ler (com frases de feito, assuntos reflexivos) e se você quer tentar algo diferente, arrisque esse livro, e leia sem pretensão, sem julgamentos. Se não gostar, ok, mas se gostar, vai gostar um tantão, assim como eu.

        Millie Bird é uma garota de 7 anos que acabou de perder o seu pai para uma doença, o câncer. Mas ela ficou sabendo disso por conta do que todo mundo dizia a sua volta. Millie não sabe direito o que é câncer, mas já teve sua dose de conhecimento na vida de que todas as pessoas vão morrer um dia. E é isso o que ela espalha aos quatro ventos: “Você vai morrer um dia, e ok, tá tudo bem com isso”. Millie registra em seu Livro das Coisas Mortas tudo o que já não existe mais e o seu pai infelizmente ao lado de uma aranha morta, ocupa o número 28 desse livro. O que Millie não sabe é que há outro modo de sair da vida de uma pessoa além da morte. Quando ela fica parada a pedido de sua mãe dentro de um shopping ao lado de uma arara de calcinhas extra G aguardando seu retorno por uma hora, duas, três, um dia, dois, três dias, descobre que sua mãe também pode ter partido, mas de outro jeito. Millie sabe que ela não morreu, então porque a esqueceu dentro do shopping? Só lhe resta uma alternativa: mesmo sua mãe dizendo para que espere por ela, naquele local ao lado das calcinhas, Millie precisa sair dali se quiser encontrá-la.  

        É nesse momento que entra na história, Karl, o digitador. Ele tem uma estranha mania de imaginar teclados em todas as superfícies. E quando ele está quieto, é porque está digitando seus pensamentos. Seus dedos não param e essa forma estranha de viver a vida o acalma. Kalr tem 87 anos e perdeu sua esposa, Evie, a pessoa que ele mais amava na face da terra. Não está sendo fácil o restante dos seus dias sem ela. Inclusive já pode colocar no histórico uma fuga de uma casa de repouso, na qual se imaginou se tornando ainda mais velho e sem nenhuma autonomia. Kalr encontra Millie no shopping e entre uma conversa maluca e outra, os dois fazem amizade. Mas Karl está sendo procurado, por sua fuga, e quando o pessoal do shopping percebe que esses dois indivíduos estão praticamente morando no shopping e abrindo pacote de bolachas e doces, resolvem relatar os fatos para o conselho tutelar. Karl sabe que Millie está à procura da mãe e não vai deixar nenhuma assistente social levá-la embora sem que a mesma tenha a oportunidade de procurá-la. Kalr pede para Millie correr, fugir e promete que irá encontrá-la.

        Millie foge e volta para o único lugar que conhece: sua casa. Mas sua mãe não está lá. Quem a vê é Agatha, a vizinha da casa da frente de 82 anos, que perdeu o marido há sete anos e desde então vive para ser rabugenta e solitária. Percebe que tem alguma coisa errada quando vê a menina por muito tempo sozinha sem a mãe e quando Millie tenta contato e pede comida, Agatha promete a si mesma que não vai se envolver. Mas como resistir a uma menina de 7 anos sozinha?

        A história de Millie, Karl e Agatha se entrelaça e juntos partem em busca (em uma viagem alucinante e muito, muito doida pela mãe de Millie). Dois personagens além destes três improváveis viajantes que eu adorei no livro é o boneco de plástico, aquele que fica nas vitrines das lojas expondo roupas (eles andam pra cima e pra baixo com esse boneco, até colocam nome nele, porque segundo Millie, ele a salvou no dia que estava sozinha e perdida no shopping, então virou um amigo, apesar de ser morto) e o Capitão Tudo, um garoto que a Millie encontra em um trem. Esse Capitão Tudo é a graça em pessoa! Foi um dos trechos que mais gostei no livro, quando ele aparece na vida de Millie. Ele a transforma na Capitã Funeral (já que ela adora falar de coisas mortas) e juntos eles creditam ser os super-heróis mais fortes do mundo.

Pra mim, essa foi uma leitura para abrilhantar o meu final de ano. Eu gostei demais, apesar das doses de loucura haha. Millie, Karl e Agatha vão se meter em cada encrenca durante a viagem que uma é mais improvável e absurda do que a outra. Apesar das cenas divertidas, esse livro traz um tema profundo, e nos faz refletir sobre depressão, abandono, sobre o modo que vivemos nossas vidas e que há sim ainda o que ser vivido depois de um luto, que é preciso ter forças para arriscar novamente, mesmo que aquela pessoa querida não esteja mais ao nosso lado. Sei que muitas vezes não é tão fácil quanto parece, e é exatamente isso que o livro mostra. Mas há um caminho, sempre há, e é preciso ter coragem para enfrentá-lo. Amei demais esse livro, entrou para a lista dos favoritos e se você quer uma história para se emocionar e refletir, com uma pitadinha de maluquice, essa é a história certa! Há você também vai aprender algumas coisas, como, por exemplo, o que é um poema andante e para que serve realmente um hífen. Millie entrou para a lista das minhas personagens mais queridas.

Parece estranho alguém querer se encontrar. Não seria mais lógico querer encontrar outra pessoa? Você não é a única coisa que é certeza nesse mundo?

Esse livro foi ambientado na: Austrália.
Em grande parte do livro eles viajam de trem pela Austrália e precisam passar por um deserto. Abaixo segue fotos desse país que sonho um dia conhecer e de momentos que ilustram o livro.




Sinopse:
Millie Bird é uma garotinha de apenas 7 anos que já sabe muita coisa. Ela já descobriu que todos nós um dia vamos morrer. Em seu Livro das Coisas Mortas, ela registra tudo o que não existe mais. No número 28 ela escreveu “Meu Pai". Millie descobriu também, da pior forma possível, que um dia as pessoas simplesmente vão embora, pois a mãe dela, abalada com a morte do marido, a abandona numa grande loja de departamentos. Ela só não está triste porque conheceu Karl, o Digitador, um senhor de 87 anos que costumava digitar com os próprios dedos frases românticas na pele macia de sua mulher. Mas, agora que ela se foi, ele digita as palavras no ar enquanto fala. Ele foi colocado pelo filho em uma casa de repouso, porém, em um momento de clareza e êxtase, ele escapa, tornando-se então um fugitivo. Agatha Pantha é uma senhora de 82 anos que mora na casa em frente à de Millie e que não sai mais, nem conversa com ninguém, há sete anos. Desde que o marido morreu, ela passou a viver num mundinho só dela. Agatha preenche o silêncio gritando, pela janela, com as pessoas que passam na rua, assistindo à estática na televisão e anotando em seu diário tudo o que faz. Mas, quando descobre que a mãe de Millie desapareceu, ela decide que vai ajudar a menina a encontrá-la. Então, a adorável garotinha, o velhinho aventureiro e a senhorinha rabugenta partem em uma busca repleta de confusões e ensinamentos, que vai revelar muito mais do que eles imaginam encontrar.

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