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Livro: Portões de Fogo
 Autor (a): Steven Pressfield
Editora: Contexto / Gênero: Romance Histórico
Páginas: 432 / Ano: 2017
Skoob / Amazon / Submarino

      
Resenha elaborada pela colaboradora Ana Paula dos Santos

        Portões de Fogo de Steven Pressfield é o primeiro romance épico que leio. Gosto muito de história, e talvez por isso, acho difícil escrever sobre o livro, pois não é fácil resumir seus melhores momentos, ele é bom como um todo.


         No livro, Xeones, um soldado sobreviventeda Batalha de Termópilas, na qual “300 espartanos e seus aliados conseguiram conter, durante sete dias, dois milhões de homens [...] até finalmente serem dominados”, relata a pedido do rei Xerxes, curioso sobre o treinamento destes destemidos soldados, passagens de sua vida desde a infância, preparação, treinamento.

         O livro é carregado de detalhes. O leitor sente a dor de Xeones e dos outros personagens nos momentos mais intensos. É transportado para dentro da guerra, vê o lado mais sujo e também o mais humano dela, pois vê a doação de cada um àquela causa, à sua crença. A riqueza visual do livro é algo ímpar, o que só faz a caminhada com os personagens ser ainda mais intensa.

O titã olhou direto para mim, berrou mais uma vez, depois caiu, como um saco para fora de uma carroça. Mais tarde, me dei conta de que metade do meu crânio se expunha ao sol, o globo ocular havia caído, o meu rosto era uma massa de sangue, e todo o lado direito da minha barba e queixo havia sido extirpado.”

         Durante a minha leitura, fiquei envolvida demais. Alguns momentos foram mais difíceis de ler devido aos detalhes que chegavam a dar um “nó na garganta”, como quando Diomache, prima de Xeones, sofre um estupro coletivo.  Não só o ato em sim, apesar de só sabermos o que acontece com ela pela narração de Xeones, mas pelas consequências psicológicas que ela enfrenta, e que fazem com que sintamos mais a dor dela.
Cada momento descrito da vida de cada uma das personagens é tocante, e o livro é repleto de homens e mulheres de personalidades fortes.

_ Matar um homem é como foder, só que, ao invés de gerar vida, a tiramos. Experimentamos o êxtase da penetração quando a lâmina e a haste perfuram o ventre inimigo. Vemos o branco de seus olhos girar em sua órbita, dentro de seu elmo. Sentimos seus joelhos cederem e o peso de sua carne vacilante arriar a ponta da sua lança. Está imaginando?         _ Sim, senhor.”

Sinceramente, não tenho palavras que possam expressar suficientemente a qualidade do livro e a minha opinião de que vale muito a pena voltar no tempo e embarcar na narrativa de Xeones que, aliás, foi uma escolha muito inteligente do autor para construí-lo. Não é uma leitura fácil, mas é inestimável e não decepciona.

Nada inflama mais a coragem no coração de um guerreiro do que ver a si mesmo e a seus camaradas prestes a serem aniquilados, a serem conquistados e devastados. A coragem surge não apenas por sua própria fibra, mas pela sua disciplina e seu treinamento, pela presença de espírito para não entrar em pânico e não ser tomado pelo desespero. [...] Não se pode afirmar onde o seu ser termina e o do seu companheiro começa. Nesse momento, a falange forma uma unidade tão densa e intuitiva que não atua mais só no nível de uma máquina ou motor de guerra. Vai além, vai ao estado de um único organismo, um animal de sangue e coração.”


Sinopse:
O rei Xerxes comanda 2 milhões de homens do império persa para invadir e escravizar a Grécia. Em uma ação desesperada, uma pequena tropa de 300 espartanos segue para o desfiladeiro das Termópilas para impedir o avanço inimigo. Eles conseguiram conter, durante sete dias, dois milhões de homens, até que, com suas armas estraçalhadas, arruinadas na matança, lutaram “com mãos vazias e dentes” até finalmente serem mortos. A narrativa envolvente de Steven Pressfield recria a épica batalha de Termópilas, unindo com habilidade História e ficção.

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