Últimos posts


Livro: Despertar
Xenogênese vol, 1
 Autor (a): Octavia E. Butler
Editora: Morro Branco / Gênero: Ficção Cientifica
Páginas: 352 / Ano: 2018
Skoob / Amazon

        Oi gente! Tudo bem? Hoje a resenha que trago é de mais um livro lançado este ano pela editora Morro Branco da incrível autora de ficção cientifica Octavia E. Butler. E mais uma vez fui surpreendida pela sua narrativa, engolida pela sua escrita e fiquei chocada com o poder de voz que tem essa mulher. Despertar é o primeiro livro de uma série de quatro livros e de uma maneira bem apocalíptica vai narrar um cenário de um mundo pós destruição. Com uma conotação para a ficção cientifica, mesmo que você não esteja familiarizado com o tema, sugiro a leitura, para conhecer, para se deslumbrar, para fugir da zona de conforto. 

 



        Bom, o cenário que a autora constrói é bem maluco, mas na mesma proporção que é maluco e surreal é chamativo e nos faz ter uma curiosidade tremenda. A humanidade conseguiu chegar naquele ponto no qual tudo no planeta Terra foi destruído. Mas ao que parece um pessoal de outro mundo resolveu salvar a nossa pele. Alguns de nós fora resgatados por alienígenas. Um pessoal bem esquesito e muito mais evoluído do que nós humanos. Os Oankali fizeram este favor a nós, mas logo nossa protagonista vai perceber que não o fizeram somente por benevolência. Lilith Iyapo foi escolhida para ser treinada pelos Oankali e reger um novo despertar da humanidade, agora na condição de sermos supervisionados por eles, os alienigenas. Lilith foi despertada depois de 250 anos e começa a perceber pouco a pouco que já pode ser mais a mesma. Como sobreviveu a tanto tempo? Como se alimentou? Porque há um corte cirurgico na região do seu abdomen que antes não estava lá?

Ao abrir e fechar o jaleco, sua mão tocou a longa cicatriz em seu abdomen. Ela a adquirira, de alguma forma, entre os segundo e o terceiro Despertares; temerosa, examinou-a, imaginando como aquela cicatriz fora para ali. O que perdera ou ganhara, e por quê? E o que mais tinham feito com ela? Ela não era mais dona de sim mesma. Até mesmo sua carne podia ser cortada e costurada sem seu consentimento ou conhecimento. 
        O primeiro ser com o qual Lilith tem contato neste despertar é Jdahya. Ele vai lhe explicar de maneira reservada tudo o que vem acontecendo desde o resgate dos humanos feitos pelos Oankali. Jdahya também lhe explica que talvez certas coisas em Lilith foram modificadas e isso é o que passa mais a assustá-la. Lilith quer sobreviver de todas as maneiras (ou não?) mas o medo de se tornar outra coisa lhe paralisa a cada nova descoberta. E porque com eles? Qual o real interesse dos Oankali nos seres humanos? 


        Neste primeiro volume vamos acompanhar a narrativa ávidos por respostas. Eu me sentia sufocada junto com Lilith, tentando me acostumar a conhecer seres esquisitos com braços longos, com feições nada humanas, e que lhe mantinham mais como uma prisioneira do que como uma esperança para a renovação da humanidade. Há uma troca implícita na relação entre eles, mas será que essa troca favorece os humanos? Dá para sentir nas entrelinhas que os Oankali não se interessam apenas em reconstruir um novo mundo para nós humanos. Eles querem nos modificar geneticamente, querem nos testar, querem nos observar como se fossemos ratos de laboratórios. E Lilith tenta a todo momento buscar respostas, e tenta se rebelar, inclusive quando começa a ter contato com outros humanos. Mas como sair da condição de renegado quando quem te mantem aprisionado é uma raça superior? É aí que entra a genialidade dessa autora, que sabe muito bem construir uma trama fantástica. 

        Por mais louca que pareça ser a história, ver a raça humana depender de seres alienígenas para sobreviver é como estar amordaçado. Enquanto humanos, aqui na terra, nos achamos superiores a todos os outros animais que a povoam. Estar do outro lado vai nos mostrar quão frágeis somos e como é difícil sair da condição de colonizados. Fora que os personagens construídos pela autora são muito bem delineados e têm características muito próprias, tanto com suas fraquezas como com suas forças. Por ser o primeiro volume de quatro, talvez a narrativa tenha mesmo que ser mais descritiva, para ambientar o leitor, mas isso não me atrapalhou em nada, pois os capítulos são curtos e a dinâmica de leitura fluí rapidamente.


        Não é um livro comum. Ele é bem bizarro, afinal é ficção cientifica hahah! Mas eu adorei! Adorei a experiencia. Porque essa autora é muito boa e despertar nossa curiosidade. Além disso ela trata temas como liderança feminina, violência, xenofobia, nas entrelinhas, fazendo o que o nosso interesse seja ainda maior pela leitura. Não é rasa. Não é simplesmente um bando de alienígenas que tomaram conta de alguns humanos sobreviventes e só. A narrativa é muito mais que tudo isso. E são esses elementos que tornam Octavia que essa autora de sucesso. 



Sinopse:
Há vida inteligente lá fora e é ela que salva a humanidade de si mesma. Quando Lilith Iyapo desperta após 250 anos de animação suspensa, descobre que o planeta Terra e os seres humanos sobreviventes de uma guerra catastrófica estão sob a guarda dos Oankali, uma espécie alienígena com habilidades e tecnologias tão impressionantes quanto sua aparência é repulsiva. Lilith foi escolhida para despertar e preparar outros seres humanos para finalmente retornarem ao planeta natal. A Terra está novamente habitável há pouco, porém em condições bem diferentes do que conheciam. Assim, os humanos precisarão desenvolver suas habilidades de sobrevivência, enquanto Lilith terá que superar as próprias suspeitas para liderá-los nessa nova etapa – além de decidir se vale a pena andar sobre a linha do que nos define como humanos.

Compartilhe com os amigos


Livro: Princesa das Cinzas
 Autor (a): Laura Sebastian
Editora: Arqueiro / Gênero: Fantasia
Páginas: 352 / Ano: 2018
Skoob / Amazon

        Olá pessoal! Tudo bem? A resenha que trago aqui para vocês é do livro Princesas da Cinzas, primeiro livro de uma trilogia de fantasia escrito por Laura Sebastian. Ele figurou na lista de mais vendidos no The New York Times e traz como proposta algo parecido com a série "A Rainha Vermelha". Eu gosto muito do gênero, por esse motivo resolvi dar uma chance para esse livro, e a capa também é muito atrativa. 


        Num estilo de fantasia um pouco mais sombrio, a autora nos traz um cenário distópico, com guerras entre clãs, dominação de territórios e uma princesa que foi deposta de seu trono. Thora recebeu esse nome quando tinha 6 anos. Quando tinha 6 anos, sua mãe que era uma respeitável rainha morreu na sua frente com a garganta cortada depois de ser traída pelo povo da Kalovaxia. Desde esse instante, houve uma matança sem precedentes do povo Kalovaxiano em relação aos Astreanos. Agora quem comanda tudo é o Kaiser, um governante sem coração e sem alma, que fez de Thora sua moeda de troca e a mantem por perto porque ela é muito valiosa para ser morta, do contrário já o teria feito.

        Mas Thora leva esse nome para esconder que na verdade se chama Theodosia e para que não saibam que a filha da Rainha morta ainda está viva e que é a única esperança do povo Astreano que perdeu sua dignidade, sua voz e sua liberdade. 


        Theodosia é tratada pelo Kaiser como um brinquedo, chicoteada em praça publica sempre que possível para que todo o povo possa ver quão cruel é o seu braço e que ele é capaz de tudo para se ver líder para sempre. Mas Theodosia já está cansada e uma situação em específico vai ser a gota d`'água para que ela comece a se mexer e começar a bolar um plano de vingança. Com ajuda de um amigo de infância que de repente retorna e faz contato, Theodosia se sente mais forte do que nunca para tentar agir e o seu plano vingativo conta com um perigoso jogo de sedução. Ela fará de tudo para seduzir o filho do Kaiser, Soren e arrancar pouco a pouco artifícios para conseguir dar a volta por cima. 

        Bom, esse livro ficou um pouquinho abaixo das minhas expectativas, mas acho que é porque eu gosto muito do gênero e estava mega empolgada com essa capa. Talvez tenha sido a forma de escrita da autora. Ela é um pouco lenta no início e demora para algo realmente grandioso acontecer, pois Theodosia se recorda muito de seu passado e narra com detalhes esses acontecimentos. Mas entendo também que isso tornou a compreensão do livro melhor pra mim, porque odeio aquelas ficções que não vão explicando nada direito e termos difíceis de serem lidos são criados pelos autores e jogados em nossa cara como se nós soubéssemos exatamente o que é um kaiser, por exemplo. Então vejo isso como ponto alto da leitura, a autora não deixa a leitura complexa, ela nos situa muito bem na fantasia que cria.


        Como primeiro livro, acho que a introdução ficou de bom tamanho, mas espero que personagens secundários sejam melhor aprofundados nas continuações. Como é narrado em primeira pessoa, o enfoque do livro é muito em Theodosia, e acredito que o personagem do Soren possa ser melhor explorado, bem como o de seu melhor amigo de infância Blaise. 

        Há romance na história, mas ele fica mais em segundo plano e acredito que talvez a autora o explore mais também nas sequências. Mas já no começo do livro a gente já espera por ele, então acho que a autora conduziu bem esse lance. De modo geral, gostei da história e vou continuar a ler a trilogia, mas espero me surpreender mais no segundo livro, para que eu possa dizer que realmente me apaixonei pela escrita de Laura. 


Sinopse: 
Best-seller instantâneo do The New York Times.


Primeiro volume de uma trilogia épica.

PRINCESA
PRISIONEIRA
ÓRFÃ
REBELDE

Theodosia era a herdeira do trono de Astrea quando seu reino foi invadido, deixando um rastro de destruição.

Dez anos depois, a princesa, órfã, prisioneira e subjugada, percebe que não lhe resta mais nada, a não ser lutar pela própria liberdade.

O passado, que por tanto tempo ficou enterrado, agora precisa vir à tona para mostrar a Theodosia os caminhos que poderão levá-la de volta ao trono.

Mas Theo conseguirá ser a rainha de que seu povo precisa? Ou será que anos de humilhações transformaram a herdeira da Rainha do Fogo em meras cinzas?



Compartilhe com os amigos


Livro: Moletom
 Autor (a): Julio Azevedo
Editora: GloboAlt / Gênero: Jovem Adulto / LGBT
Páginas: 352 / Ano: 2018
Skoob / Amazon

        Oiee gente! Tudo bem? Hoje a resenha que trago é do livro Moletom, escrito pelo autor brasileiro Julio Azevedo. Esse livro na verdade como ele mesmo diz nasceu de um projeto antigo que ele tem, que é justamente a página Moletom no Facebook, Instagram e Twitter. Nestas páginas ele já espalha faz algum tempo seus escritos e desenhos. Daí nasceu o livro.

        Em Moletom, Julio vai nos trazer dois personagens principais: Pedro e Lucas. Pedro fugiu de casa e vai passar um tempo morando com a tia, porque a situação com o seu pai não está muito legal. De início a tia pouco pergunta e pouco quer saber sobre o que houve, apenas acolhe o sobrinho em sua casa e o deixa ter espaço para pensar nas suas incertezas. 


        Pedro está sofrendo, a gente nota pelas entrelinhas que talvez ele esteja apenas agora se aceitando como é: ele gosta de garotos. Para Pedro a gente nota que é dificultoso esse processo de aceitação, lhe causa medo, sentimentos conflituosos e muita incerteza. 

        Porém conhece nessa visita à sua tia em um café o simpático atendente Lucas. De imediato há uma conexão em ambos e de repente Pedro se vê um frequente assíduo do café onde Lucas trabalha. Pedro começa a se apaixonar por Lucas e não sabe como chegar no garoto, afinal, ele pode não gostar. Será que ele também gosta de garotos? Pedro acredita que sim, mas é difícil saber, é difícil se apaixonar, é difícil ser quem ele é em uma sociedade que te julga a todo o momento. Mas juntos, os dois vão passar por transformações necessárias e trilhar um caminho sem volta para o autoconhecimento. A condição de se autoconhecer é libertadora. 

        O livro é totalmente fofo por dentro. Julio desenha muito bem, e em vários momentos dentro do livro ele nos mostra a narrativa em forma de quadrinhos e eu achei esse o ponto alto do livro. Os desenhos são delicados e muito poéticos, trazendo uma característica toda única à narrativa. Já a história em si, esperava um pouquinho mais, porque há pontas soltas, como por exemplo fica muito mal explicado o porque que Lucas saiu de casa, seu relacionamento com os pais (não ficou claro se ele tinha problemas só com o pai, se tinha mãe ou não). Achei que o autor focou muito na descoberta de relacionamento entre Pedro e Lucas, que se esqueceu um pouquinho do restante que preenchia a história. 




        Mas como livro de estréia, acho que passa uma mensagem muito importante e necessária, nos mostra as dificuldades e medos que existem em relação a um primeiro amor, ainda mais se esse amor é ainda um amor que tem a sociedade como juiz. A gente percebe na narrativa que não é fácil se assumir como homossexual em nossa sociedade e que o julgamento rola solto mesmo, inibindo o que se realmente é. Então fica a dica de um livro que tem suas delicadezas e sua mensagem positiva para a sociedade atual na qual vivemos. 


Sinopse:
Em 'Moletom', Julio Azevedo — o jovem autor da página de mesmo nome do Facebook — mostra, por meio de uma narrativa envolvente e ilustrações poéticas, que não adianta tentar fugir dos problemas: eles nos perseguem até que os encaremos de frente. Seu protagonista, Pedro, está fugindo de algo. Ele acaba de chegar em uma nova cidade, onde ficará hospedado na casa da tia por algum tempo, e essa mudança representa para ele um recomeço, um escape de algo que está causando uma grande angústia. Assim que chega a esse novo ambiente, no entanto, ele conhece Lucas, um garoto que despertará exatamente os sentimentos que ele estava tentando evitar.


Compartilhe com os amigos


Livro: Semente de Bruxa
 Autor (a): Margaret Atwood
Editora: Morro Branco / Gênero: Literatura estrangeira
Páginas: 352 / Ano: 2018
Skoob / Amazon

        Oi, oi gente! Tudo belezinha aí? Hoje a resenha que trago é do mais novo lançamento da editora Morro Branco - uma aposta que já é sucesso não é mesmo? É MARGARETH ATWOOD minha gente, em uma versão de livro linda, linda. Só vai dar uma olhadinha nela em uma livraria pra você ver vai... aposto que você vai ficar morrendo de vontade de comprar hahah!

        Bem, esse é o primeiro livro que leio da autora. JURO, JURO que vou ler logo o livro de mais sucesso dela, que é O conto de Aia, mas ainda não tive oportunidade. Lendo este aqui porém, dá pra ter uma noção do tamanho da genialidade dessa mulher. Este não é um livro comum. Eu nem sei como explicar. É uma obra maravilhosa, quase um reconto de A Tempestade de Shakespeare, mas as situações que ela usou para escrever esse livro foram tão originais que fiquei fascinada. Sabe aquele tipo de livro inteligente, que foge do lugar comum. Pois é, esse livro é assim.

        Felix é diretor artístico e nosso principal personagem. Ele está a frente de um dos festivais mais aclamados de teatro, o Teatro de Makeshiweg e vive seu melhor momento na carreira. Ele está prestes a mostrar para o mundo mais uma de suas adaptações pitorescas para uma obra de Shakespeare - A tempestade, que ele pensou em cada detalhe com um carinho extremo, que foi minucioso nos detalhes, que viveu intensamente cada fase de construção da peça. 


        Mas sua grande estréia será suspensa, depois que um de seus assistentes o apunhada pelas costas e o trai, fazendo com que Felix perca o emprego como diretor e junto com ele todos os atores que estavam escalados para apresentar a obra. Além disso, Felix passa por mais um drama em sua vida - já não bastasse a morte de sua esposa no parto de sua filha, agora também perde a filha com 3 anos para uma febre terrível que a assolou. Desolado e sem perspectiva, Feliz resolve se excluir em uma choupana no meio do nada, para refletir em como será o final de sua vida e carreira.

        Felix até tenta se manter afastado, mas de repente uma oportunidade surge de dar aulas de teatro para um grupo de penitenciários de uma penitenciária perto de sua choupana isolada. De início Felix pensa ser uma extrema vergonha terminar sua carreira dessa forma. Resolve até assumir o emprego com outro nome, para não ser reconhecido. Mas precisa do dinheiro e precisa de forças para sair desse período sombrio que virou sua vida. 


        E é dando aula de teatro a estes penitenciários que cai no colo de Felix de repente a oportunidade de se vingar de seus traidores, que estão prestes a assistirem uma de suas peças dentro da famosa penitenciária de Fletcher. Terá a oportunidade de mais uma vez montar sua Tempestade, e será tão brilhante como a primeira vez que a montara, mas agora será melhor - será carregada de um desejo de vingança descontrolado.

        Apesar do enredo soar meio pesado, esse livro foi bastante divertido. Ver os penitenciários se envolvendo com o teatro e articulando de forma engraçada sobre as fases de cada peça foi muito interessante de acompanhar. Eu me envolvi demais com a obra, achei super diferente. Trazer atores tão peculiares para o centro da história tornou essa obra única e muito atrativa. E sem contar que ao lermos esse livro teremos uma super aula de uma das peças mais famosas de Shakespeare - "A tempestade". Dá uma vontade imensa de ler mais livros desse tipo, só para entendermos ainda mais o que se passava na mente de Shakespeare em suas peças e a autora explora esses elementos de forma a não nos deixar perdidos, ela vai dissecando pouco a pouco a obra, e juntos vamos aprendendo junto com os penitenciários sobre. 

        Se você quer um livro para fugir do comum e se surpreender com genialidade, é uma ótima alternativa. Sem contar que a escrita flui de maneira maravilhosa, não é um livro maçante, muito pelo contrário. É extremamente atrativo e brilhante. Adorei a oportunidade de conhecer Margaret Atwood começando por esse livro. Me fez querer ler ainda mais livros dela! 

- Ouvimos um monte de palavras ruins sobre ele ditas por outras pessoas - ele diz. - Mas ninguém é apenas a soma do que as outras pessoas dizem. Todo mundo tem outros lados. 



Sinopse:
Felix está em seu melhor momento como diretor artístico do Festival de Teatro de Makeshiweg. Suas produções anteriores encantaram e desconcertaram a audiência. Agora ele irá produzir A tempestade como jamais fora encenada: a peça não apenas aumentará sua reputação, mas servirá para curar antigas feridas emocionais... ou este era o plano. Após um ato de traição inimaginável, Felix exilou-se em uma cabana caindo aos pedaços, assombrado pelas memórias de uma filha perdida, enquanto espera por vingança. E ela chega após doze anos, na forma de um curso de teatro em um presídio. Ali, Felix e seus atores encarcerados finalmente montam A tempestade e preparam uma armadilha para os traidores que o destruíram. Mas irá a peça restaurar a vida de Felix, ao derrubar seus inimigos?


Compartilhe com os amigos


Livro: Almas gêmeas
 Autor (a): Nicholas Sparks
Editora: Arqueiro / Gênero: Romance
Páginas: 288 / Ano: 2018
Skoob / Amazon

        E aí pessoal! Tudo bem com vocês? Espero que sim! Vamos de romance hoje? Quando peguei na mão esse livro do Nicholas Sparks só pensei quanto tempo não lia nada dele e de como eu estava com saudades. Eu já li vários dos livros que ele lançou, "Querido John", "O guardião", "O casamento"... e vários outros. Mas como já fazia um tempinho, quando comecei a ler as primeiras linhas deste livro, me senti confortável o suficiente para ser saudosa. 


        Ok, a grande maioria dos livros dele destrói nossos corações. Mas nem sempre. E muitos dos livros dele me trouxeram lições maravilhosas. Então sim, eu gosto muito - mesmo sabendo que exitem alguns leitores que passam longe de leituras assim rsrs. Eu particularmente adoro. Principalmente se o livro te faz verter algumas lágrimas, como é o caso deste aqui.

        Neste livro vamos conhecer Hope Anderson, uma mulher de 36 anos que descobriu recentemente que o pai foi diagnosticado com ELA, uma doença degenerativa e irreversível. Ela também namora um tempão o Josh, e parece que o namoro deles não chega em lugar nenhum. Sem contar que eles já romperam e voltaram várias vezes. Nesse momento ela está sozinha no chalé de sua família na Carolina do Norte, se preparando para o casamento da melhor amiga que será no final de semana, sem Josh que resolveu pedir novamente um tempo e curtir um final de semana sozinho em Las Vegas. Hope está destruída, mas resolveu tentar não pensar no assunto e viver um dia de cada vez.
        Em vários momentos porém se pergunta - será que vale à pena continuar apostando nesse relacionamento? Josh tem qualidades, mas elas superam todos esses outros problemas pelos quais eles estão passando? Sem contar que ela sonha em ter filhos e com 36 anos não é ainda nem casada. Pois é, Hope está numa enrascada emocional e nós mulheres sabemos muito bem o que é isso.

        Também nesta história vamos conhecer Tru Walls. Ele é guia de safári e mora em um povoado chamado Zimbáube, na África. Seu passado um tanto nefasto, conta com alguns segredos que talvez ele esteja prestes a desvendar. Um deles é em relação ao seu pai biológico. Até hoje, Tru nunca ouvira falar dele, e nem sabia de sua existência, mas uma carta estranha o convida a um encontro, segundo seu pai nesta carta ele descobriu uma doença grave e gostaria de conhecer o filho antes de partir. Cheio de curiosidade, Tru resolve viajar para os Estados Unidos pela primeira vez, e acaba em um chalé na Carolina do Norte, aguardando a visita de seu pai, para conversarem.

        Nesse meio tempo, o destino faz um favor enorme a Hope e Tru - eles se conhecem. E é instantâneo a fascinação que sentem um pelo outro. Começou com algo banal, uma caminhada na praia na qual se esbarraram por conta do cachorro de Hope, terminou com um agradável jantar em um mesmo restaurante por coincidência e de repente Hope e Tru estavam contando vários segredos de suas vidas um ao outro.

        A conexão foi intensa. Irresistível. Quando se deram por si, já estavam um nos braços do outro, apaixonados e vivendo os quatro dias mais intensos de suas vidas.

        Mas, tem sempre um mas... e o nosso tio Nicholas Sparks vai deixar a história um pouquinho dramática aqui. Para você saber o que acontece, só lendo ;)

        Olha, eu amei o livro. Sim ele tem drama, sim ele tem romance, sim ele até soa meio clichê, mas eu adoro. Eu li esse livro em 2 dias, de tanto que queria saber logo o final. E achei bem interessante que no começo o autor esclarece que o livro foi baseado em uma história real, realmente aconteceu. E também gostei muito da relação do título "Alma gêmeas" que é uma parte crucial do livro com uma caixa de correios que fica no meio de uma das praias da Carolina do Norte. Essa caixa de correios fica numa área chamada Almas Gêmeas e ela é de todo mundo e de ninguém. Pessoas deixam cartas umas para as outras nessa caixa, ou não. Ás vezes escrevem e deixam algo lá só para desabafar, esperando que alguém as leia. E essa caixa de correios terá papel fundamental na trama. 

        Recomendo muito a leitura. Para quem já é fã do Nicholas, sabe que ele tem um jeito todo próprio de prender a nossa atenção, criando suspenses e expectativas na medida certa. Por várias vezes nesse livro achei que ele estava tomando um caminho e de repente ele me conduzia a outro. Gosto muito de tramas assim, que nos surpreendem. Então bora lá conhecer mais esse sucesso, desse autor best seller. 

Afinal uma vida não passa de uma séria de pequenas vidas, vividas um dia por vez, e cada um desses dias invariavelmente envolve escolhas e consequências. Pedacinho por pedacinho, essas decisões ajudam a formar a pessoa que nos tornamos. 



Sinopse:
Hope Anderson está numa encruzilhada. Aos 36 anos, ela namora o mesmo homem há seis, sem perspectiva de casamento. Quando seu pai é diagnosticado com ELA, Hope resolve passar uma semana na casa de praia da família, na Carolina do Norte, para pensar nas difíceis decisões que precisa tomar em relação ao próprio futuro.

Tru Walls nasceu numa família rica no Zimbábue. Nunca esteve nos Estados Unidos, até receber uma carta de um homem que diz ser seu pai biológico, convidando-o a encontrá-lo numa casa de praia na Carolina do Norte. Intrigado ele aceita e faz a viagem.

Quando os dois estranhos se cruzam na praia, nasce entre eles uma ligação eletrizante e imediata. Nos dias que se seguem, os sentimentos que desenvolvem um pelo outro os obrigam a fazer escolhas que colocam à prova suas lealdades e reais chances de felicidade.

O novo romance de Nicholas Sparks, na tradição de Diário de uma Paixão e Noites de Tormenta, aborda as muitas facetas do amor, os arrependimentos e a esperança que nunca morre, trazendo à tona a pergunta: por quanto tempo um sonho consegue sobreviver?



Compartilhe com os amigos

Livro: Vox
 Autor (a): Christina Dalcher
Editora: Arqueiro / Gênero: Ficção / Distopia
Páginas: 320 / Ano: 2018
Skoob / Amazon

        Háaaaaaaaaaaaaaaa!!!!! Háaaaaaaaaaaaaaa!!!! Eu tô BERRANDO MESMO!!!! Porque depois que você terminar de ler esse livro, você vai ficar com a mesma sensação! VOCÊ VAI QUERER GRITAR TODAS AS PALAVRAS POSSÍVEIS QUE CONSEGUIR - ainda mais se você for uma mulher. 

        Vamos falar de uma das distopias que entraram para a lista de livros favoritos desse ano? SIMMMM! Eu super, hiper amei essa leitura! Um livro muito, muito necessário gente. Um livro para nos fazer abrir os olhos - e a boca. Mandar uma indicação de leitura para os quatro cantos dessa terra. 

- Vocês não fazem ideia, senhoritas. Absolutamente nenhuma ideia. Estamos a um passo de voltar à pré-história, meninas. Pensem nisso. Pensem onde vocês vão estar, onde suas filhas vão estar, quando os tribunais atrasarem os relógios. Pensem em expressões como "permissão do cônjuge" e "consentimento paterno". Pensem em acordar um dia e descobrir que não têm voz em nada. 

        Como esse livro é uma distopia, vai nos mostrar um cenário pessimista de um futuro não muito distante. Parece que o novo presidente dos EUA não é um cara que bate lá muito bem da cabeça. Ele foi eleito através do voto, e seus ideias são totalmente conservadores e até delirantes. Mas se o cara tá lá no poder é porque muita gente pensa igual a ele e o elegeu. O problema é que esse tirano lentamente foi criando umas leis bem absurdas, como por exemplo colocar uma pulseira em todas as mulheres do país limitando-as a falar apenas 100 palavras por dia. Se uma mulher ousar falar mais do que estas 100 palavras, a pulseira automaticamente começa a emitir ondas de choque. Logo os choques ficam tão intensos que a portadora da pulseira não sobrevive. 

        As mulheres também perderam seus empregos. E nenhuma delas tem passaporte mais, para viajar para o exterior. Elas foram renegadas, caladas e exiladas dentro de suas casas. Estão ensinando na escola de uma forma distorcida nas aulas de religiões que a mulher deve obedecer ao homem. Que o homem é o centro de tudo e que as mulheres foram criadas para servi-los. 

        Falando assim parece algo quase impossível de voltar a acontecer não é mesmo? Foi o que a Dra Jean também pensou. Mas aconteceu. E a grande verdade foi que aconteceu porque muitos e muitas assistiram essas mudanças calados, sem lutarem pelos seus direitos. Agora as mulheres olham uma contagem de 100 palavras em uma pulseira, guardando as mais preciosas para o final do dia para que possam trocá-las durante o jantar. 


        Jean assistiu tudo isso calada. E ainda sente medo e não sabe o que fazer a respeito. Seu marido também parece aceitar passivo tudo o que acontece ao redor. Mas Jean tem filhos. Três meninos e uma menina. E é por essa filha que ela vai lutar. É doloroso demais ver a menina crescer sem poder se expressar, sem poder ter voz ativa. Jean não pode nem contar para menina uma história de ninar, antes de dormir.

Minha culpa começou há décadas, na primeira vez que não votei, nas vezes incontáveis em que disse a Jackie que estava ocupada demais para ir a uma de suas passeatas, fazer cartazes ou ligar para meus congressistas. 

        É aproveitando um convite do governo para curar uma doença que acometeu o irmão do presidente e que o deixou semi-vegetativo que Jean e alguns de seus amigos doutores resolvem virar o jogo e aproveitar alguns privilégios para fazerem investigações e consequentemente se tornarem oposição, para que essa opressão deixe por fim de existir. 

- Há uma resistência? - Querida, sempre há uma resistência. 

        Gente, sério, que LIVRO! eu adorei! Eu super me conectei com essa leitura, apesar de em algumas páginas ficar com o coração apertado, destroçado e indignado. É horrível ler coisas assim sobre nós mulheres. É horrível ser colocada em uma situação frágil assim. Uma situação medonha, de falta de dignidade. Sei que em nossa sociedade estamos longe de sermos equiparadas aos privilégios que muitos homens tem. Sei que nossa luta é constante. Mas imaginar um futuro no qual tudo o que conquistamos escorra por ralo abaixo é muito doloroso. Por isso eu sempre digo que precisamos ser resistência, precisamos no nosso dia a dia nos posicionar. Governantes malucos e mal intencionados existem em todos os lugares e pessoas quem pensam como eles também. Por isso ganham força. E eu sei que eu, enquanto pessoa que não se cala, toda vez que eu me sentir ameaçada estarei lutando pelos meus direitos. Nós precisamos ser assim. É isso o que esse livro vai nos mostrar. É triste porque em muitas vezes somente aprendemos a lutar quando tudo de ruim já se instalou. Quando a luta fica muito, muito mais difícil. 

        Esse livro é necessário, e é necessário debatê-lo. Eu recomendo muito a leitura. E recomendo ler com olhos críticos, com olhos que não aceitam nada do que se está lendo. Um mundo onde mulheres são silenciadas não é um mundo onde pretendo estar. Por isso nossa voz tem poder. Por isso devemos lutar pelos nossos direitos. Como o próprio livro diz, realmente o silêncio pode ser ensurdecedor. O silêncio de uma mulher é capaz de criar uma bomba relógio. Sejamos todas bombas relógios antes de sermos silenciadas. Sejamos batalhadoras e lutadoras, antes de sermos massacradas. 

A única coisa necessária para o triunfo do mal é que os homens bons não façam nada.   



Sinopse:
Uma distopia atual, próxima dos dias de hoje, sobre empoderamento e luta feminina.

O SILÊNCIO PODE SER ENSURDECEDOR #100PALAVRAS

O governo decreta que as mulheres só podem falar 100 palavras por dia. A Dra. Jean McClellan está em negação. Ela não acredita que isso esteja acontecendo de verdade.

Esse é só o começo...
Em pouco tempo, as mulheres também são impedidas de trabalhar e os professores não ensinam mais as meninas a ler e escrever. Antes, cada pessoa falava em média 16 mil palavras por dia, mas agora as mulheres só têm 100 palavras para se fazer ouvir.
...mas não é o fim.
Lutando por si mesma, sua filha e todas as mulheres silenciadas, Jean vai reivindicar sua voz.



Compartilhe com os amigos


Livro: Quando dois corações se encontram
 Autor (a): Clara Benício
Editora: Jangada / Gênero: Romance / Drama
Páginas: 328 / Ano: 2018
Skoob / Amazon

        Oi gente! Tudo bem com vocês? Espero que sim! Hoje a resenha que trago é de um romance carregado de drama, de uma autora brasileira, a Clara Benício. "Quando dois corações se encontram" é aquele tipo de história atraente para quem gosta de um romance com aquela dose significativa de recomeços, de tentativas e erros, e de um coração partido que está em busca de um novo rumo, já que foi colocado ao extremo limite. 

        Yasmin mora em Fortaleza com a família. Não é muito de ter amigos, tem só o Talles, um dos seus melhores amigos que conheceu na faculdade e sua irmã, que a Mel, que é muito mais que uma irmã, é sua maior confidente. Yasmin também não é muito de namorar, prefere esperar pelo cara certo e o momento certo e ultimamente sua cabeça só conseguia pensar nos estudos. 


        Mas as coisas mudam um pouquinho quando ela conhece Sam por acaso em uma floricultura. Dono de um Buffet e ajudando a amiga que está resfriado com as vendas em sua floricultura, Sam estava no momento certo e na hora certa para conhecer Yasmin. Acontece uma atração súbita e única entre os dois e Yasmin tem certeza de que Sam é o cara pelo qual esperou a vida toda. Depois desse dia, ambos não se desgrudam mais, e engatam um namoro forte e lindo, que resulta em um casamento apressado, já que ambos não se imaginam mais longe um do outro. 

        Yasmin e Sam vivem o casamento dos sonhos. Ambos nasceram um para o outro. E fruto desse amor, logo Yasmin e Sam terão nos braços um bebê que está a caminho. Mas nesse cenário de sonho perfeito, de repente uma tragédia imensa muda completamente a vida desse casal, e Yasmin se vê em uma imersão de sentimentos ruins e depressivos que vão lhe tirar todo o chão e a fazerem inclusive questionar se deveria ainda estar viva. Ela não consegue se imaginar seguir em frente com tanta dor.


        Mas a vida infelizmente é isso: ao mesmo tempo que ela é plena e feliz, sempre haverá nela momentos escuros e que nos fazem perder o rumo. Yasmin vai descobrir que a família e os amigos, nesses momentos, são os nossos maiores aliados e com a força dos que a amam, vai tentar resgatar a pessoa alegre que fora um dia. 

Mas a amizade é assim mesmo: o amor mais puro, que existe em completa harmonia mesmo nas diferenças, entre pessoas com propósitos de vida distintos, porém semelhantes na alma e coração. 

        Cara, esse livro foi muito, muito dramático, de até doer o coração. Yasmin passou por tanto sofrimento, e a autora conseguiu nos faz sofrer junto com ela. É um livro intenso, e com muitas reflexões, que nos faz torcer pela protagonista e desejar que ela tenha um final feliz. É muito gostoso também de ler um livro ambientado no Brasil, parece que a gente fica mais próximo da leitura, já que a autora usa muito as cidades de Fortaleza e São Paulo para contar a vida dos personagens. A única coisa que me atrapalhou um pouco nesse livro, foi o uso excessivo da palavra "querida" e "querido". Não sei se é um jeito carinho de chamar as pessoas na cidade Natal da escritora, mas pra mim tornou os diálogos um tanto forçados, como todo mundo que conversasse com Yasmin a amasse profundamente, e também no diálogo de Yasmin para com outras pessoas. Ela chamava pessoas que ainda não conhecia muito bem de "querido (a)" muito rapidamente, mas talvez essa tenha sido uma percepção só minha, porque não tenho esse costume, de chamar as pessoas carinhosamente se não as conheço bem. Mas fora isso, achei o romance muito real, e ótimo para quem gosta de ler um livro com um lencinho do lado. Vale à pena conhecer a obra da Clara. 


Sinopse:
Yasmin é uma garota romântica que vive em Fortaleza, até que um dia, por acaso, conhece Sam, um homem encantador. Foi amor à primeira vista. Porém, no auge desse amor, acontece uma tragédia que a deixa em uma profunda depressão. Quando ela já havia perdido as esperanças de ser feliz novamente, uma reviravolta acontece. "Quando dois corações se encontram" traz a história de uma mulher que precisa vencer os fantasmas do passado se quiser reencontrar a felicidade.



Compartilhe com os amigos

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *