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Livro: Maresi
As crônicas da Abadia Vermelha #1
 Autor (a): Maria Turtschaninoff
Editora: Morro Branco / Gênero: Fantasia
Páginas: 200 / Ano: 2018
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        Oie! E aí pessoas, tudo em cima? Vamos de resenha? Dessa fantasia linda, espetacular, que eu tanto gostei? Maresi, As crônicas da Abadia Vermelha é o primeiro livro de uma trilogia que tem tudo para roubar o meu coração de vez, se as próximas continuações forem tão boas como este primeiro livro. Em uma belíssima edição da editora Morro Branco, Maria Turtschaninoff vai nos presentar com uma trama envolvente, com protagonistas inspiradoras e uma ambientação que me deixou satisfeitíssima durante a leitura.
Não passou muito tempo, apenas uma primavera. Ainda posso me lembrar vividamente de certas coisas que eu preferiria esquecer. O cheiro do sangue. O som de ossos sendo esmagados. Não quero trazer tudo à tona outra vez. Mas preciso. É difícil escrever sobre a morte. Mas não há desculpa para não fazê-lo.

       
         Eu não sabia o que esperar da história, porque li algumas resenhas que me deixaram confusa, como se sugerisse que o enredo fosse um tanto extraordinário demais, com várias vertentes, tipo mulheres fortes, fantasia, magia, um emaranhado de coisas que soou pra mim, de início, um tanto louco, bagunçado. Mas não! A escrita da Maria é totalmente linda, beirando o lírico, e achei a história muito fantástica, sim, mas não cheia de temas amontoados como me fizeram pensar. Eu AMEI ESSA HISTÓRIA, e vou explicar por que.
        Nossa personagem principal, a Maresi é uma garota que vive na ilha de Menos. Aos 13 anos, no Inverno da Fome, se mudou para a Abadia Vermelha. A Abadia Vermelha sempre foi uma lenda na Ilha de Menos. Sabia-se que lá era um lugar que recebia apenas garotas, que precisassem de acolhimento, e ali lhes era dado abrigo, comida, proteção e ocupação. Mas quase ninguém na Ilha de Menos sabe se esse lugar é realmente real. Os pais de Maresi a enviaram para lá no desespero, já que a fome assolava seu povo e Maresi viu sua irmã mais nova morrer justamente de fome e frio. Para que mais uma de suas filhas não morresse, os pais de Maresi deram um salto no escuro e a enviaram para a Abadia. 
A ilha tinha cheiro de mel e de sereno enquanto subíamos o caminho pela encosta da montanha e eu me lembro de pensar que nunca poderia ter sonhado com tal lugar quando vivia no vilarejo. Um lugar com calor e alimento e conhecimento.  A vida em Rovas era como uma caverna onde ninguém tem ideia do mundo exterior e a escuridão fria da caverna é tudo que todos conhecem. Vir para a Abadia e aprender a ler foi como abrir uma grande janela e ser inundada de luz e calor. 
        Lá Maresi cresceu, e foi aprendendo pouco a pouco os mistérios daquelas mulheres poderosas que viviam juntas e que se viravam sem homens (as comunidades ao redor não conseguiam conceber um clã como o da Abadia, apenas com mulheres, sem homens para protege-las dos perigos do mundo). Mas Maresi desvendou segredos, e viu com seus próprios olhos que as mulheres da Abadia poderiam ser mais poderosas do que qualquer homem junto.
        Prova disso foi a chegada de Jai à Abadia. Fugindo do monstro de seu pai, um homem inescrupuloso e cheio de ódio, Jai procurou refúgio na Abadia e foi bem recebida. Apesar de estar cheia de cicatrizes emocionais, Jai aceitou a amizade de Maresi e juntas se tornaram inseparáveis. Mas Jai, sempre inquieta, sabia que seu pai não cessaria de procurá-la até encontrá-la para lhe dar o devido castigo que prometera. E quando um barco de homens mal-intencionados chega próximo a encosta da Abadia, as mulheres não vêm outra alternativa a não ser lutar e juntas se defenderem contra as mazelas do mundo.
- Ela não sabe como é se sentir segura. - Quando eu falei, soube que era verdade. - Vamos ter que ensiná-la como. 
        Só por esse trecho que resenhei dá pra ter uma ideia principal do que a narrativa vai nos mostrar. É um livro belíssimo, com protagonistas que se bastam, que são encorajadas pela força do feminismo a ser exatamente o que elas são: mulheres conectadas entre si e com a natureza, que usam suas forças naturais para vencer. O livro é uma mistura de magia e encantamento, de vozes femininas que se ajudam e isso é lindo. A autora explorou a amizade que deve haver entre nós mulheres. Na Abadia não há competição, mas cooperação. Mulheres amigas, que cuidam uma da outra, que resolveram criar uma comunidade baseada no auxílio mútuo, no cultivo do misticismo vindo da Lua e do cosmo, a maneira mais pura e singela de se conectar com a natureza e com as forças que o universo transmite. Sem contar que a escrita da Maria é ótima, achei um livro muito bem escrito e detalhado na medida certa. 
Despimo-nos na praia.  noite estava alta e a lua alta no céu, olhando para nós dentre seu grupo de estrelas. A lua que rege os movimentos da água e do sangue das mulheres, a lua que dá energia a tudo que vive e cresce, a lua que mede o tempo e reina sobre a morte. A lua cuja imagem a mulher foi criada, a Lua, a Deusa, que ouve nossos lamentos e partilha nossa felicidade. 
        Para finalizar, quem tem medo de começar trilogias que ainda não tiveram data para as próximas edições serem lançadas, não tenham medo de ler este aqui. A autora fecha muito bem o final, deixando a história concluída, mas com aquele gostinho de quero mais, mas nada que deixe o leitor ansioso demais para uma continuação e atrapalhe. Gosto de trilogias que terminam assim.
        Um livro poderoso, que tem a mulher como dona de seu próprio destino e nos mostra que juntas vamos mais longe, que devemos em nossa caminhada sermos unidas e amigas, não rivais. Não vejo a hora de ler os outros livros da trilogia, me encantei com os personagens, principalmente com a coragem de Jai, com a força de Maresi, e com a destreza das Irmãs que mantém a Abadia. 



Sinopse:
Uma história sobre amizade e sobrevivência, magia e encantamento, beleza e terror.
Maresi chegou à Abadia Vermelha quando tinha 13 anos, durante o Inverno da Fome. Antes disso, só ouvira rumores e fábulas sobre o lugar. Em um mundo onde garotas são proibidas de estudar ou seguir seus próprios sonhos, uma ilha habitada apenas por mulheres soava como uma fantasia incrível. Agora Maresi vive ali e sabe que é real. Ela está segura.

Tudo muda quando Jai, com seus cabelos emaranhados, cicatrizes e roupas sujas, chega em um navio. Ela fugia da crueldade e dos perigos escondidos em sua terra natal – mas os homens que a perseguem não vão parar por nada, até encontrá-la.

Agora as mulheres e meninas da Abadia Vermelha terão que usar seus poderes e conhecimento ancestral para combater as forças que desejam destruí-las. E Maresi, assombrada por seus próprios pesadelos, deve confrontar seus mais profundos e terríveis medos.

 

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