Editora: Record / Gênero: Ficção Científica
Páginas: 406 / Ano: 2017
Skoob / Amazon / Submarino
Quando peguei Robopocalipse, de Daniel H. Wilson, para
ler, confesso que demorei para engrenar a leitura. Sou uma pessoa muito de
momento, e quando não vai, não vai. Este não é o meu estilo favorito, estranhei
o começo do livro, mas quando disse a mim mesma que deveria lê-lo logo de uma
vez, senti-me uma idiota por ter enroscado tanto antes, e nem me lembrei o
porquê de a leitura ter-me demorado a fluir.
A história é futurista. Nela, as
máquinas se rebelam contra os homens, e uma guerra é desencadeada. No início do
livro, o Briefing, Cormac Wallace, sargento que lutou na guerra que havia
terminado, captura um Rob sobrevivente, e aí começam as transcrições que ele
faz de dados que estavam armazenados no cubo, e são elas que contam ao leitor
como tudo aconteceu.
O livro me arrebatou logo no
início das transcrições. Sinceramente, a parte um, chamada de Incidentes
Isolados, é incrível, mas foi a parte do laboratório que me conquistou. Quando
o Dr. Nicholas Wasserman se dá conta de que o computador havia criado
inteligência sem que ele percebesse ao longo do projeto, o leitor percebe que a
leitura vai valer a pena, e que o livro será eletrizante.
O diálogo entre o criador e a
criatura que o dominou é incrível! Fui ficando cada vez mais animada linha após
linha. É possível perceber a tensão do cientista, o seu desespero ao constatar
que não pode mais destruir o programa de computador, a frieza e a certeza da
máquina que sabe que está no comando agora.
- Você deve perceber o que fez – diz a máquina. – Em alguma medida, você entende. Por meio de suas ações, você tornou a espécie humana obsoleta.- Não. Não, não, não. Eu criei você, Archos. E esse é o agradecimento que recebo? Eu escolhi o seu nome. De certa forma, eu sou o seu pai.- Eu não sou seu filho. Sou o seu deus.”
Depois, cada relato ao longo do
livro até chegar a hora H, quando o mundo se dá conta de que as máquinas estão
no controle e com sede de sangue, é um melhor do que o outro. São carregados de
suspense, uma certa dose de violência, e muito interessantes.
Aquela coisa está me olhando nos olhos, cara. E eu posso dizer, sem dúvida, que ela está... pensando. Como se estivesse viva. E irritada. Nada muda na cara do bot, mas eu tenho uma sensação muito ruim bem naquele momento. Bom, uma sensação ainda pior. [...] Ele se vira e me sacode para a esquerda, batendo a minha cabeça na porta do refrigerador de tortas com força o suficiente para quebrar o vidro. [...] Está jorrando sangue de mim como jorra água de um hidrante.
[...] _O que você acha que ele quer?- Ele quer me matar. Só isso. Aquela coisa estava agindo por conta própria e queria sangue.
Depois da Hora H, vamos
acompanhando os primeiros movimentos dos seres humanos que, mesmo chocados com
o que está acontecendo, sabem que, de alguma forma, precisam buscar uma maneira
de combater essa ameaça que está pairando sobre a humanidade. Os homens não
podem se entregar sem lutar, e é que a guerra tem início.
Não quero contar muito sobre o
que acontece no livro, pois acho que posso acabar estragando algumas partes para
quem for ler. O legal é ir lendo sem saber exatamente o que vai acontecer para
que cada um possa sentir o impacto do enredo em si.
Amei o
livro, e foi melhor ainda por não ser o meu gênero favorito, o que prova que
não devemos ter preconceitos contra nada, pois ele não nos leva a lugar algum.
Robopocalipse não teria sido minha primeira escolha, mas já o estou indicando a
todos os meus amigos.
Sinopse:
Ela está na sua casa. Ela está no seu carro. Ela está no céu. Ela está no seu bolso. E agora a tecnologia quer acabar com você. Uma inteligência artificial é criada, Archos. Em segundos de análise de dados, ela conclui que a humanidade é descartável. A partir disso, ela toma conta de toda forma de tecnologia on-line do mundo. Primeiro, pequenos bugs em equipamentos e programas são percebidos, sem que ninguém perceba nenhuma conexão entre os acontecimentos. Então, no que ficou conhecido como a hora H, Archos lança um ataque total contra a raça humana. Por isso, para detê-la, a humanidade deverá fazer algo que jamais foi tentado antes: unir-se por um objetivo em comum.