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Livro: O ódio que você semeia
 Autor (a): Angie Thomas
Editora: Galera Record / Gênero: Jovem Adulto
Páginas: 378 / Ano: 2017
Skoob / Amazon

        Oi pessoas! Tudo bem? A resenha de hoje é de um livro que acabou comigo, literalmente. E que fala sobre um assunto extremamente importante: o racismo. E ele chegou nas minhas mãos através de um projeto literário em um dos muitos igs lindos que sigo no instagram - esse livro fez parte do projeto Livro Viajante, que a @ceuliterario proveu neste ano, e super adorei fazer parte dele e ter o privilégio de ler esse livro. "O ódio que você semeia" vira filme neste ano, e não vejo a hora de ver toda a força dele estampada nas telinhas. 


Mantenha as mãos à vista. Nada de movimentos repentinos. Só fale quanto falarem com você. 


        Bom, se é realidade o que você quer, nesse livro você terá, e muita, muita realidade doída e angustiante. Nele vamos conhecer Starr, uma garota negra, que vive com sua família no subúrbio e que já viu muita coisa triste com seus apenas 16 anos. A mais triste delas foi ter perdido uma amiga de infância em um tiroteio, uma bala perdida, uma vida igualmente perdida. A segunda delas, outro amigo, Khalil, sendo morto por um policial na sua frente. Mas com Khalil o sentimento de insegurança foi maior: Starr e Khalil não faziam nada, estavam voltando para casa de uma festa, não estavam embriagados, não estavam dirigindo em alta velocidade, não portavam arma, não portavam nada de errado dentro do carro. Mas Khalil e Starr são negros, o policial, branco. De repente, BANG, BANG. Starr tem o sangue de Khalil nas suas mãos e uma enorme bomba relógio em suas mãos: ela fora a única testemunha. 

        Khalil estava mexendo com drogas, mas no dia de sua morte não estava com nada. E o que a mídia explorou? Exatamente, seu envolvimento com o crime. Uma justificativa bastante plausível para tirar a responsabilidade de uma morte a sangue frio, uma pessoa armada X uma pessoa desarmada e sem chances de se defender. E Khalil não fazia parte de nenhuma gangue, como é característico no bairro de Starr. Ele apenas estava tentando tirar a mãe de uma situação cheia de dívidas com outros traficantes. Khalil achava que tinha saída, mas sua vida sofrida e sem perspectivas o guiava para um beco sem saída. 


        Starr terá que ser corajosa, para mostrar para a mídia que de repente resolveu explorar ao máximo a história que Khalil era inocente, e que o policial deverá pagar pelo crime que cometeu. Mas será que é tão fácil assim? Se expor sendo o lado mais frágil será que é uma boa ideia? Como não fazer sua família pagar ainda mais, sendo perseguida por decidir falar a verdade?

        Esse é um livro maravilhoso em muitos aspectos. Apesar de ser direcionado a faixa etária mais jovem, é um livro que deveria ser lido por todos. Mostra como a gente deseja que não, mas como o racismo ainda é presente e faz parte do nosso dia a dia. E como é difícil para ambos os lados, mas principalmente para os negros. Digo para ambos os lados, pois o namorado de Starr, o Chris é branco e para ele também é difícil se encaixar no mundo de Starr, ser aceito. Pois há uma divisão muito clara, e o branco é sempre o oponente para os negros e os negros são sempre os inferiores para os brancos. E essa dor que a autora explorou nas linhas fica muito evidente. A dor de não se aceitar as diferenças. A dor de raças não se completarem, mas se chocarem. 



        E a obra também bate muito na tecla de que o ódio que você espalha para o mundo, ele se volta contra você. E isso é muito verdade. Starr vai se ver em vários dilemas durante sua trajetória e vamos acompanhar todas elas com expectativa e torcendo para que a justiça seja feita. 

        Outro ponto fundamental para mim foi a harmonia presente na família de Starr. Adorei a forma como a autora retratou seus pais, seus irmãos e meio irmãos. A família toda é muito unida e engraçada. Foi o ponto alto da leitura para mim, uma família que se apóia nas decisões tomadas, que se protege e que reza um pelo outro. Se todas as família fossem como a de Starr, muitos dos problemas que vemos no mundo seriam reduzidos. 


        Esse livro é uma porrada no estômago. Ele vai te fazer repensar muitas coisas. Vai te fazer mais tolerante. Ele nos convida a não ficarmos quietos quando vemos algo de errado. Mas também nos convida a tentar fazer as coisas da maneira mais correta possível, porque a gente aprende da pior forma que ódio sendo combatido com ódio, só pode gerar mais ódio, não amor. Um livro ótimo, que entrou na lista de favoritos e que merece ser lido e discutido, por jovens e adultos. 


Às vezes, você pode fazer tudo certo, e mesmo assim as coisas dão errado. O importante é nunca parar de fazer o certo.

        E como vai virar filme o livro ainda neste ano, deixo para vocês o trailer do filme abaixo, para ficar ainda com mais vontade de ler essa obra:



Sinopse:
Uma história juvenil repleta de choques de realidade. Um livro necessário em tempos tão cruéis e extremos.

Starr aprendeu com os pais, ainda muito nova, como uma pessoa negra deve se comportar na frente de um policial.
Não faça movimentos bruscos.
Deixe sempre as mãos à mostra.
Só fale quando te perguntarem algo. 
Seja obediente.
Quando ela e seu amigo, Khalil, são parados por uma viatura, tudo o que Starr espera é que Khalil também conheça essas regras. Um movimento errado, uma suposição e os tiros disparam. De repente o amigo de infância da garota está no chão, coberto de sangue. Morto.
Em luto, indignada com a injustiça tão explícita que presenciou e vivendo em duas realidades tão distintas (durante o dia, estuda numa escola cara, com colegas brancos e muito ricos - no fim da aula, volta para seu bairro, periférico e negro, um gueto dominado pelas gangues e oprimido pela polícia), Starr precisa descobrir a sua voz. Precisa decidir o que fazer com o triste poder que recebeu ao ser a única testemunha de um crime que pode ter um desfecho tão injusto como seu início.
Acima de tudo Starr precisa fazer a coisa certa.
Angie Thomas, numa narrativa muito dinâmica, divertida, mas ainda assim, direta e firme, fala de racismo de uma forma nova para jovens leitores. Este é um livro que não se pode ignorar.


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Um Comentário

  1. Gostei do seu blog e das suas resenhas Michelle, estou louca para ler este livro, pois estão falando muito bem dele.

    Um beijo Carina.

    www.carinapontes.com

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