RESENHA : Orgulho e Preconceito, de Jane Austen

        Oi pessoal! Tudo bem? Hoje trago a resenha de um livro mega clássico. Difícil quem goste de ler e nunca tenha ouvido falar nesse ícone da literatura inglesa: Jane Austen. E Orgulho e Preconceito é um de seus livros mais conhecidos, trazendo como personagens principais o misterioso, calado, orgulhoso Sr. Darcy, e a irreverente, selvagem, espírito livre e igualmente orgulhosa Elizabeth Bennet. Essa história já é tão batida, já falo tanto dela para todo mundo que conheço, que se você que está lendo essa resenha nunca leu o livro, corra ler para conhecer. Mesmo que não goste do gênero, é ótimo para visualização de contexto histórico e do poder de escrita que Jane Austen teve em sua época. 

        Sim, porque este livro se você olhar bem é quase uma sátira. Jane brinca com a inteligência de quem lê o livro a todo momento. Tenho certeza de que se mulheres tolas da época leram seus livros deveriam notar apenas uma linda história de amor, mas nada entre linhas. Jane na minha opinião já falava muito e gritava por feminismo em suas páginas. Observemos a mãe de Lizzi (Elizabeth): ela é a personificação exagerada das mães da época - ela não vive outra coisa a não ser o sonho de ver as filhas muito bem casadas. E parece que sua única motivação em vida é isso. Ela não fala e não pensa em outra coisa no livro todo. O exagero é tão medonho que não podemos entender de outra maneira se não uma crítica dura ao que a própria autora vivia em sua época. 

        Já a mocinha, Lizzi, é uma mulher diferente de todas as outras na sociedade que vive. Não tem muitos dons: não toca piano muito bem, se entendia fácil com afazeres domésticos e não se importa em ser boa em nada. Ao contrário, se interessa mesmo é por livros e parece que para sua mãe esse tipo de interesse é uma tremenda perda de tempo. A todo momento a autora tenta trazer a Lizzi um modelo de mulher espirituosa e valente, que não se importa de dizer o que pensa, nem de agradar a ninguém. Ela recusa casamentos inconvenientes, ela faz longas caminhadas sem se importar em sugar a barra da saia, ela é o oposto do convencional. Fico pensando se esse tipo de história chocou o pessoal da época. Mas também sei que Jane Austen demorou por assinar seus livros com seu nome, pois acredito que seria ainda mais um choque uma história como essa, escrito por uma mulher. 

        Em relação ao Sr. Darcy é uma delícia acompanhar Lizzi desconstruindo seus pré conceitos em relação a ele. De vagar ódio e rancores são substituídos e um amor avassalador nasce.  

        Essa é a beleza de uma obra atemporal. Que te faz pensar em contexto e de como foi ousado escreve-la. Talvez não seja uma história estrondosa para nossa época, onde se produz mais, há autores novos todos os dias, inclusive muitas mulheres. Mas quanto contextualizamos Orgulho e Preconceito a obra fica grandiosa, ardilosa e a personificação da verdadeira pimenta nos olhos da sociedade. É delicioso ler e pensar em tudo isso. 

        Eu li novamente, pois já li mais de uma vez esse livro, inclusive em HQ, numa versão belíssima que a editora Martin Claret lançou. O livro é ótimo para qualquer colecionador e para quem quer começar a conhecer mais dessa autora também. Recomendo demais essa versão que está ousada, original, com letras ótimas de serem lidas e muito bem editado. A leitura foi leve e fluída e quando se tem uma edição de encher os olhos nas mãos tudo fica muito mais prazeroso. 

        Leia. Você vai se apaixonar perdidamente pelo Sr. Darcy. Mas acredito que vá se apaixonar um pouquinho mais pela petulante Lizzi. Ela é uma personagem que deixa marcas e tão orgulhosa que não poderia ser mais perfeita para uma heroína. 

Vou deixar aqui uma fotos lindas da obra que agora tenho orgulho de ter na estante. E aproveitando, a editora Martin Claret vai lançar mais outras obras lindas dela, em edições com capas maravilhosas.