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Livro: Se a rua Beale falasse
 Autor (a): James Baldwin
Editora: Companhia das Letras / Gênero: Drama
Páginas: 224 / Ano: 2019
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        Oi oi gente! tudo bem? Espero que sim! Hoje a resenha que trago é desse livro maravilhoso de James Baldwin, que foi adaptado para filme e concorreu ao Oscar de 2018. Regina King ganhou a estatueta como melhor atriz coadjuvante nesse filme e foi muito aclamado pela crítica de modo geral. Ganhou vários outros prêmios desde seu lançamento. 


        Sobre o livro, apesar de ter sido originalmente publicado no ano de 1974, observamos tristemente como o assunto tratado em "Se a rua Beale falasse" é atual. Levantando temas como racismo e coerção policial, a história claramente reflete a vida de um negro inocente sendo acusado por um crime que não cometeu, injustamente. 

        Tish e Fonny são amigos desde crianças. A amizade evoluiu naturalmente para algo mais sério e logo estavam fazendo planos de morar juntos, casar, ter filhos juntos. Mas Tish e Fonny são negros e resolveram escolher um lugar para morar em um bairro onde a predominância dos moradores é branca. Logo um policial das redondezas invoca com Fonny. Os dois sabem que provocar um policial branco só pode dar merda. E é na primeira oportunidade que surge que o tal policial coloca Fonny atrás das grades. Fonny foi acusado por estuprar uma porto-riquenha, e agora está preso injustamente por um crime que não cometeu. Tudo por causa de sua cor de pele. 


        Tish e sua família irão mover montanhas para tirar Fonny da cadeia. Eles sabem que ele não é culpado, mas será que é tão fácil assim, quando nem um julgamento apropriado deram a Fonny? E ainda tem um agravante. Tish descobre que está grávida e terá que contar essa notícia a Fonny. Espera que a vinda de um bebê dê forças para seu amor não esmorecer na cadeia. Mas e ela? Terá forças suficientes para aguentar toda essa tenção e lutar por estas duas vidas que estão em suas mãos?

Espero que ninguém nunca seja obrigado a ver a pessoa que ama através de um vidro. 

        Esse livro é super envolvente. A narrativa do autor em alguns momentos chega e ser quase lírica, intercalando fatos da vida de Tish e Fonny, como se conheceram, como se amam, como o amor é capaz de superar qualquer barreira e ser forte o suficiente para resistir. A dinâmica familiar presente na família de Tish também é um ponto alto do livro, nos mostrando o quanto uma família pode se unir em momentos de crise e dificuldades. Foi lindo ver o empenho de toda a família de Tish em lutar pela liberdade de Fonny, mais ainda do que sua própria família. O autor mostrou claramente uma mãe de Fonny muito religiosa, mas que segue a igreja como bem entende, já que para olhar do lado e fazer o bem mesmo que para o próprio filho, não movia um dedo. 

        A injustiça e o medo dos personagens durante a narrativa é latente, a gente quase sente junto com eles, sente o sufoco da situação, sente por Fonny estar preso por um crime que não cometeu e a cadeia é um lugar deprimente. Temos flashes das condições de Fonny na sua cela, como o medo de ser abusado e agredido lá dentro cresce a cada dia que passa e como você sai transformado de um lugar destes mesmo se esforçando ao máximo para não se deixar contaminar. 


        Esse é aquele tipo de livro que te faz pensar, e pensar. Te faz ficar revoltado com nossas leis, te faz sentir nojo do racismo ainda presente em nossa sociedade. É triste, é cruel, mas também é um livro cheio de amor e coragem. Um livrasso, que merece ser lido e discutido muitas e muitas vezes.

        Para quem quer saber um pouco mais do filme, segue o trailer:




Sinopse:
Lançado em 1974, o quinto romance de James Baldwin narra os esforços de Tish para provar a inocência de Fonny, seu noivo, preso injustamente. Livro que inspirou o filme dirigido por Barry Jenkins, vencedor do Oscar por Moonlight.

Tish tem dezenove anos quando descobre que está grávida de Fonny, de 22. A sólida história de amor dos dois é interrompida bruscamente quando o rapaz é acusado de ter estuprado uma porto-riquenha, embora não haja nenhuma prova que o incrimine. Convicta da honestidade do noivo, Tish mobiliza sua família e advogados na tentativa de libertá-lo da prisão.

Se a rua Beale falasse é um romance comovente que tem o Harlem da década de 1970 como pano de fundo. Ao revelar as incertezas do futuro, a trama joga luz sobre o desespero, a tristeza e a esperança trazidos a reboque de uma sentença anunciada em um país onde a discriminação racial está profundamente arraigada no cotidiano.

Esta edição tem tradução de Jorio Dauster e inclui posfácio de Márcio Macedo.


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