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Livro: A caça
 Autor (a): M. A. Bennett
Editora: Arqueiro / Gênero: Jovem Adulto
Páginas: 240 / Ano: 2019
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         Sou louca por livros de suspense, crimes, serial killers, investigações alucinantes. Amo a sensação de ansiedade e de expectativa que esse tipo de livro me dá, bem como a adrenalina que proporciona conforme a história se desenvolve, formar teorias na minha mente sobre o que vai acontecer, sobre quem é o culpado, sobre como chegarão a ele, etc. Um bom suspense sempre tem o dom de me fazer devorar um livro.

                Quando li a sinopse de A Caça, achei que o livro seria um desses suspenses que me faria criar inúmeras teorias sobre quem é o culpado, mas não. A Caça não é um livro como eu havia imaginado, porém é uma deliciosa surpresa. Devorei o livro. Li-o em UM dia! Não conseguia parar de ler. Precisava saber o que iria acontecer, como iria acontecer e, principalmente, o que seria dos personagens quando o fatídico final de semana acabasse e se o final seria ou não decepcionante. E já adianto que não foi.



                O livro é muito bom. Acho que uma das coisas que eu mais gostei é o fato de que o livro nos leva a refletir sobre coisas que estão não só relacionadas à vida dos adolescentes (que são os personagens principais da história), mas que, na verdade, fazem parte da vida de todos.

                Quando o pai de Greer vai trabalhar em um documentário na América do Sul, ela vai morar em STAGS, uma das melhores escolas da Inglaterra, com séculos de existência, depois de ganhar uma bolsa de estudos. A ideia de morar com sua tia (não tinha como ficar com a sua mãe pois fora abandonada por ela aos dezesseis meses) não a atraía, e morar na escola foi a solução perfeita.

                Entretanto, quando chega à escola, ela percebe que sua vida nessa escola que era o sonho de muitos não seria nada fácil. Encaixar-se em um sistema tão fechado, naquele em que você tem que ser rico para ser aceito, mas seu dinheiro tem que ter vindo do “lugar certo” (ser um “novo rico”, por exemplo, não era considerado dinheiro vindo do lugar certo porque isso queria dizer que você não vinha de uma família tradicional), não é nada fácil. Acredito que muitos saibam o que é ser rejeitado pelos “mais populares” por ser, em suas visões deturpadas da vida, diferente daquela classe que se julga superior. No livro, todos os alunos buscam se encaixar naquilo que o grupo dos Medievais, “os monitores não oficiais da escola” (pág. 18), consideram bom e apropriado.



                Na escola, os alunos evitam o uso de celulares pois os medievais consideram a tecnologia algo “selvagem”, e fazem o possível para serem, ao menos, invisíveis aos medievais pois sofreriam as consequências através das gozações das quais seriam alvos constantes caso se destacassem de alguma forma.

                Greer não tem amigos. Sua colega de quarto, a quem ela se refere como Jesus, a ignora. Não fala com ela até o dia em que Greer, Shafeen e Chanel recebem o convite para participarem do final de semana de “Caça Tiro Pesca” na mansão de Henry, o mais popular e bonito dos medievais. Geer é uma personagem bem-humorada e com uma pitada de sarcasmo. Gostei de suas tiradas. Shafeen é intrigante e parece ter criado uma couraça ao seu redor. É mais imune às maldades dos medievais, para quem ele é apenas um selvagem. Ele não demonstra se importar com o que pensam dele. Chanel parece ser a mais frágil dos três escolhidos para o final de semana na casa de Henry. Para mim, ela é uma adolescente gentil, mas fraca emocionalmente, que quer ser aceita.

                Os medievais (Henry, Cookson, Piers, Esme, Charlotte e Lara) são pessoas sórdidas. Henry é o líder da matilha. O forte a quem todos admiram, que encanta as garotas, e que saber ser o garoto mais doce quando quer e revelar sua verdadeira personalidade quando precisa. Cookson é aquele que quer ser o macho alfa. Não gosto dele. Piers é “mais adulto”, e bebe como um. Quando bebe, mostra sua personalidade torpe pois gosta de humilhar. Já as garotas são aquele tipo de menina má de filme: lindas, loiras, inteligentes e que não devem ser subestimadas.

                Achei que o que o livro nos faz refletir a respeito é comportamento e uso de tecnologia, mas principalmente sobre comportamento. Não vou contar muito sobre a história para não estragar o que vai acontecer para ninguém, vou apenas dizer que a leitura é excelente, interessante, eletrizante, e que me deixou com um gostinho de quero mais. Foi realmente uma pena quando o livro acabou. Espero que leiam A Caça, e que a leitura seja para vocês tão prazerosa quanto foi para mim (ou mais!).

                “Eu sou uma assassina.”                “Mas a maior diferença entre a STAGS e uma escola normal é, como você já deve ter adivinhado, que ela custa os olhos da cara. Os pais dos alunos pagam de boa vontade, e não demorei muito para descobrir pelo que eles estão pagando. Não estão pagando para seus filhinhos queridos se beneficiarem de teatro jacobino nem da piscina olímpica, nem da beleza incrível e ofuscante do lugar. Estão pagando para seus filhos serem diferentes.”                “Depois desse primeiro encontro eu a chamei internamente de “Jesus”, porque isso me fazia sorrir e havia poucas coisas que me faziam sorrir na STAGS.”                “Seria de pensar que o pessoal se rebelaria, mas não. Todo mundo ficava satisfeito com o universo sem telefones, tudo porque os medievais o aceitavam. Tamanho era o poder de suas personalidades, de sua pequena seita.”                “_Não – disse ela. Foi quase um grito. E começou a balançar a cabeça como tinha feito na caverna. – Não. Eles estavam me caçando.”                “_Então aconteceram mortes?                 _Claro que aconteceram mortes. – Ele pareceu surpreso com a pergunta. – Várias, no decorrer dos anos. “Acidentes terríveis”. Todas em famílias que não poderiam nos enfrentar.”                “_Então eu devo morrer agora?                 _Ah, creio que sim – respondeu ele, como se eu tivesse perguntado se iria chover mais tarde.”

Sinopse:

O ano letivo começou e Greer ­MacDonald está se esforçando ao máximo para se adaptar ao colégio interno onde ela entrou como bolsista. O problema é que a STAGS, além de ser a escola mais antiga e tradicional da Inglaterra, é repleta de alunos ricos e privilegiados – tudo o que Greer não é.

Para sua grande surpresa, um dia Greer recebe um cartão misterioso com apenas três palavras: “caça tiro pesca”. Trata-se de um convite para passar o feriado na propriedade de Henry de Warlencourt, o garoto mais bonito e popular do colégio... e líder dos medievais, o grupo de alunos que dita as regras.

Greer se junta ao clã de Henry e a outros colegas escolhidos para o evento, mas esse conto de fadas não vai terminar da maneira que ela imagina. À medida que os três esportes se tornam mais sombrios e estranhos, Greer se dá conta de que os predadores estão à espreita... e eles querem sangue.

Que a caçada comece!


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