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Livro: Sem volta
 Autor (a): Charles Burns
Editora: Quadrinhos na Cia / Gênero: HQ, Quadrinhos
Páginas: 176 / Ano: 2018
Skoob / Amazon 


        Oi pessoas! Tudo bem com vocês? Hoje trago a resenha de uma primeira experiência com o autor e cartunista Charles Burns, na sua incrível - e muito comentada HQ "Sem Volta". Acho que essa HQ é o negócio mais doido que vou ler nesse ano hahah, apesar de sempre me surpreender a cada leitura, acho que essa aqui vai ganhar o troféu de "enredo esquisito". Mas não entendam essa minha estranheza com uma conotação ruim. Na realidade é totalmente o contrário. Foi um estranho louco, mas muito original e legal de conhecer. 


        Bom, HQ é um gênero que gosto muito. E eu tô sempre aberta a conhecer novos autores nessa linha. Esse livro do Charles Burns nada mais é que uma viagem doida ao mundo dos sentimentos - de dor, medo, insegurança, mas principalmente de violência, nos seus mais diversos desdobramentos. 

        
        Já logo de cara nosso personagem principal parece ter se machucado. Ele está com um ferimento na cabeça, tampado com uma faixa, sugerindo que está em recuperação de algum acidente. Conforme a HQ se desenrola, vamos tentando entender o que aconteceu com ele, o Doug. E misturando realidade com o imaginário, o autor nos apunha-la a cada virar de página com doses de suspense, fazendo certo mistério com o que realmente aconteceu.

Como Doug passou por uns percalços, entendemos que as cenas que são bizarras e que são criadas pelo autor e intercaladas com a narrativa da realidade vivida por Doug é o seu imaginário, machucado e ferido, tentando achar lógica na tragédia de sua vida, inventando cenas bizarras, mas será que realmente desconexas? No final do livro vamos entender que o autor só queria brincar com o nosso olhar e mostrar que um grande trauma, ainda mais envolvendo alguém que amamos muito, pode nos modificar para sempre.




Essa HQ é forte, e muito sentimental. Ela traz elementos que impactam. Mas o enredo é permeado ora veladamente, ora muito evidente por violência contra a mulher. O personagem principal é um homem, mas quem leu nas entrelinhas vê claramente que tem uma garota gritando a cada novo quadrinho desenhado. Há uma garota que tem que aguentar algumas barras sozinha. Há problemas familiares que impedem o protagonista de tomar decisões assertivas, e vendo a chance passar de viver uma vida mais feliz ao lado dessa mesma garota. Há essa garota sendo duramente perseguida por um ex namorado possessivo e ciumento e que a faz agir e fazer coisas que ela não gosta, achando que o prazer da outra pessoa não importa e que pode ser diminuído sem discussões. Sugiro que ao ler, preste atenção a estes detalhes, e tente não se sentir sufocada (o) por essa triste realidade, muito bem delineada nessa HQ.  

        Gostei muito dessa experiência e indico para quem quer passar a conhecer algo do autor. É sempre bom ler algo que nos tira da nossa zona de conforto, e esse livro me tirou, de uma maneira bastante positiva. 


Sinopse:
A trilogia épica de Charles Burns reunida num só volume. Sem volta é uma jornada delirante pelo território, incerto e sombrio, da memória. Uma história em quadrinhos que nos mantém visualmente eletrizados com sua atmosfera de sonho e realidade distorcida. Enquanto se recupera de um trauma devastador, o jovem Doug tenta juntar as peças do seu passado. Sua paixão por Sarah, uma estudante de artes brilhante e atormentada; a doença do pai. O que de fato aconteceu? Entre homenslagarto, ovos verdes gigantes e a cena punk do final dos anos 1970, a história vai sendo montada e desmontada. Como se Hergé encontrasse Burroughs num pesadelo de David Lynch, Charles Burns funde ação e mistério e mantém o leitor num estado de constante tensão nesta que é a reunião de sua célebre trilogia — X'ed Out, The Hive e Sugar Skull. Em que medida podemos confrontar o passado e conhecer a nossa própria história? É possível voltar atrás? 

“Burns tem o olhar de um observador alienígena chocado com a monstruosidade humana, mas irremediavelmente simpático ao nosso sofrimento. Ele cria as alucinações que eu escolheria ter.” — Daniel Pellizzari

“Uma das representações mais dolorosamente honestas e vividamente desenhadas a respeito da culpa.” — The Guardian.




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