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Livro: Vox
 Autor (a): Christina Dalcher
Editora: Arqueiro / Gênero: Ficção / Distopia
Páginas: 320 / Ano: 2018
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        Háaaaaaaaaaaaaaaa!!!!! Háaaaaaaaaaaaaaa!!!! Eu tô BERRANDO MESMO!!!! Porque depois que você terminar de ler esse livro, você vai ficar com a mesma sensação! VOCÊ VAI QUERER GRITAR TODAS AS PALAVRAS POSSÍVEIS QUE CONSEGUIR - ainda mais se você for uma mulher. 

        Vamos falar de uma das distopias que entraram para a lista de livros favoritos desse ano? SIMMMM! Eu super, hiper amei essa leitura! Um livro muito, muito necessário gente. Um livro para nos fazer abrir os olhos - e a boca. Mandar uma indicação de leitura para os quatro cantos dessa terra. 

- Vocês não fazem ideia, senhoritas. Absolutamente nenhuma ideia. Estamos a um passo de voltar à pré-história, meninas. Pensem nisso. Pensem onde vocês vão estar, onde suas filhas vão estar, quando os tribunais atrasarem os relógios. Pensem em expressões como "permissão do cônjuge" e "consentimento paterno". Pensem em acordar um dia e descobrir que não têm voz em nada. 

        Como esse livro é uma distopia, vai nos mostrar um cenário pessimista de um futuro não muito distante. Parece que o novo presidente dos EUA não é um cara que bate lá muito bem da cabeça. Ele foi eleito através do voto, e seus ideias são totalmente conservadores e até delirantes. Mas se o cara tá lá no poder é porque muita gente pensa igual a ele e o elegeu. O problema é que esse tirano lentamente foi criando umas leis bem absurdas, como por exemplo colocar uma pulseira em todas as mulheres do país limitando-as a falar apenas 100 palavras por dia. Se uma mulher ousar falar mais do que estas 100 palavras, a pulseira automaticamente começa a emitir ondas de choque. Logo os choques ficam tão intensos que a portadora da pulseira não sobrevive. 

        As mulheres também perderam seus empregos. E nenhuma delas tem passaporte mais, para viajar para o exterior. Elas foram renegadas, caladas e exiladas dentro de suas casas. Estão ensinando na escola de uma forma distorcida nas aulas de religiões que a mulher deve obedecer ao homem. Que o homem é o centro de tudo e que as mulheres foram criadas para servi-los. 

        Falando assim parece algo quase impossível de voltar a acontecer não é mesmo? Foi o que a Dra Jean também pensou. Mas aconteceu. E a grande verdade foi que aconteceu porque muitos e muitas assistiram essas mudanças calados, sem lutarem pelos seus direitos. Agora as mulheres olham uma contagem de 100 palavras em uma pulseira, guardando as mais preciosas para o final do dia para que possam trocá-las durante o jantar. 


        Jean assistiu tudo isso calada. E ainda sente medo e não sabe o que fazer a respeito. Seu marido também parece aceitar passivo tudo o que acontece ao redor. Mas Jean tem filhos. Três meninos e uma menina. E é por essa filha que ela vai lutar. É doloroso demais ver a menina crescer sem poder se expressar, sem poder ter voz ativa. Jean não pode nem contar para menina uma história de ninar, antes de dormir.

Minha culpa começou há décadas, na primeira vez que não votei, nas vezes incontáveis em que disse a Jackie que estava ocupada demais para ir a uma de suas passeatas, fazer cartazes ou ligar para meus congressistas. 

        É aproveitando um convite do governo para curar uma doença que acometeu o irmão do presidente e que o deixou semi-vegetativo que Jean e alguns de seus amigos doutores resolvem virar o jogo e aproveitar alguns privilégios para fazerem investigações e consequentemente se tornarem oposição, para que essa opressão deixe por fim de existir. 

- Há uma resistência? - Querida, sempre há uma resistência. 

        Gente, sério, que LIVRO! eu adorei! Eu super me conectei com essa leitura, apesar de em algumas páginas ficar com o coração apertado, destroçado e indignado. É horrível ler coisas assim sobre nós mulheres. É horrível ser colocada em uma situação frágil assim. Uma situação medonha, de falta de dignidade. Sei que em nossa sociedade estamos longe de sermos equiparadas aos privilégios que muitos homens tem. Sei que nossa luta é constante. Mas imaginar um futuro no qual tudo o que conquistamos escorra por ralo abaixo é muito doloroso. Por isso eu sempre digo que precisamos ser resistência, precisamos no nosso dia a dia nos posicionar. Governantes malucos e mal intencionados existem em todos os lugares e pessoas quem pensam como eles também. Por isso ganham força. E eu sei que eu, enquanto pessoa que não se cala, toda vez que eu me sentir ameaçada estarei lutando pelos meus direitos. Nós precisamos ser assim. É isso o que esse livro vai nos mostrar. É triste porque em muitas vezes somente aprendemos a lutar quando tudo de ruim já se instalou. Quando a luta fica muito, muito mais difícil. 

        Esse livro é necessário, e é necessário debatê-lo. Eu recomendo muito a leitura. E recomendo ler com olhos críticos, com olhos que não aceitam nada do que se está lendo. Um mundo onde mulheres são silenciadas não é um mundo onde pretendo estar. Por isso nossa voz tem poder. Por isso devemos lutar pelos nossos direitos. Como o próprio livro diz, realmente o silêncio pode ser ensurdecedor. O silêncio de uma mulher é capaz de criar uma bomba relógio. Sejamos todas bombas relógios antes de sermos silenciadas. Sejamos batalhadoras e lutadoras, antes de sermos massacradas. 

A única coisa necessária para o triunfo do mal é que os homens bons não façam nada.   



Sinopse:
Uma distopia atual, próxima dos dias de hoje, sobre empoderamento e luta feminina.

O SILÊNCIO PODE SER ENSURDECEDOR #100PALAVRAS

O governo decreta que as mulheres só podem falar 100 palavras por dia. A Dra. Jean McClellan está em negação. Ela não acredita que isso esteja acontecendo de verdade.

Esse é só o começo...
Em pouco tempo, as mulheres também são impedidas de trabalhar e os professores não ensinam mais as meninas a ler e escrever. Antes, cada pessoa falava em média 16 mil palavras por dia, mas agora as mulheres só têm 100 palavras para se fazer ouvir.
...mas não é o fim.
Lutando por si mesma, sua filha e todas as mulheres silenciadas, Jean vai reivindicar sua voz.



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2 Comentários

  1. Eu li em inglês e aí na mesma semana que resenhei o ebook a Arqueiro avisou que estava trazendo a tradução. Ele é tão próximo da nossa realidade que incomoda!

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  2. Oi Mi
    É o livro mais assustador que já li, e olha que já li várias distopias. Ele é tão possível que é de arrepiar.

    Vidas em Preto e Branco

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